O economista e consultor Adriano Pires informou ao Palácio do Planalto nesta segunda que não irá ocupar o cargo de presidente da Petrobras, ao qual foi indicado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro, que está insatisfeito com o atual comandante da empresa, Joaquim silva e Luna, após sucessivos aumentos no preço dos combustíveis. A informação é da colunista do GLOBO, Malu Gaspar.
O consultor vem alertando pessoas próximas da decisão desde ontem e afirma que só descobriu depois de aceitar o cargo que a estatal não permite que seus executivos tenham parentes comercialmente ligados a concorrentes e parceiros comerciais. E para assumir a presidência da petroleira, Pires estava passando as ações da consultoria para o filho, Pedro.
Pires seguirá os passos do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que também foi indicado por Bolsonaro para comandar o conselho de administração da empresa, mas desistiu.
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Os dois possuem conflitos de interesses que poderiam até mesmo afastá-los dos cargos que ocupariam.
O empresário e sócio de distribuidoras de gás, Carlos Suarez, que é também amigo de décadas de Rodolfo Landim, é cliente de Pires. Além dele, Pires presta serviços para associação do setor (Abegás), da Compass, concessionária de gás do empresário Rubens Ometto, e diversas outras empresas do setor.
A colunista informa que relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico de Pires e de Landim assustou o governo, principalmente o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
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O comitê da empresa avaliaria as indicações nesta terça (5), para que eles tomassem posse dos cargos no dia 13 de abril.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou com pedido de liminar na Corte para impedir que o consultor Adriano Pires assuma o comando da Petrobras antes que seja feita uma investigação "em profundidade" por parte das autoridades competentes para apurar eventual conflito de interesse.
Na representação, o subprocurador-geral Lucas Furtado destaca que Pires é dirigente de uma empresa de consultoria, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que presta serviço a várias empresas do setor de óleo e gás há mais de 20 anos.
No documento, Furtado endossa reportagens sobre a mudança de comando na Petrobras, afirmando que Pires mantém relações econômicas com empresas que se relacionam com a Petrobras e com suas concorrentes internacionais como as americanas Chevron e Exxon Mobil e a britânica Shell.