Ministro da Economia, Paulo Guedes
Felipe Moreno
Ministro da Economia, Paulo Guedes

Após assumir o cargo nesta quinta-feira (31), no lugar da agora deputada federal Tereza Cristina, o novo ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou ser contra a redução de tarifas de importação de alguns alimentos, como o queijo mussarela. O produto teve o Imposto de Importação rebaixado de 28% para zero pela área econômica do governo, para combater a inflação.

Ele disse que o assunto está sendo tratado com o Ministério da Economia, chefiada pelo colega Paulo Guedes. 

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"Estamos tratando diretamente com o Ministério da Economia. Cabe a eles construir essas alternativas. Nós, particularmente, não concordamos", disse Montes, que antes era secretário-executivo da pasta.

Há cerca de duas semanas, o governo anunciou a redução a zero das alíquotas de importação de seis alimentos da cesta básica e do etanol. Na lista estão café torrado, margarina, queijo, macarrão, açúcar e óleo de soja. 

O ministro admitiu que existe uma inflação galopante no mundo e que o governo precisa encontrar formas de evitar aumentos elevados nos preços e garantir o abastecimento.

No entanto, argumentou que a redução da alíquota do queijo não terá um impacto importante e ainda vai prejudicar o produtor de leite brasileiro.

"O governo vive buscando alternativas para diminuir um pouco essa iinflação galopante no mundo todo e o Brasil ainda consegue segurar alguma coisa. Mas o pessoal do leite é sofredor há muito tempo. Essa questão da importação do queijo mussarela impacta a inflação, mas de um tamanho muito pequeno e pode comprometer mais ainda o produtor. Estamos atentos a isso", afirmou.

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Montes disse que outra preocupação de sua pasta é garantir o abastecimento de fertilizantes. O ministro planeja uma viagem ao Marrocos, ao Egito e à Jordânia, para conversar com governos e fornecedores desses produtos, para dar segurança ao agronegócio no plantio da próxima safra de grãos, que começa no próximo mês de setembro. 

Ele lembrou que sua antecessora já esteve na Rússia, no Irã e no Canadá, grandes produtores mundiais. E disse que conversou com os iranianos para triplicarem sua cota de exportação de ureia para o Brasil.

Irã e Bielorrúsia —importante fornecedor de potássio — já sofriam sanções econômicas que dificultavam o envio dos produtos para outros países e, com a guerra na Ucrânia, os russos também são alvos de medidas ofensivas aplicadas por americanos e europeus. 

"Não vão faltar [fertilizantes], mas estamos preocupados. Os produtos estão a caminho e há sinais de melhora do conflito [entre Rússia e Ucrânia]", disse o ministro.

Outra preocupação mencionada pelo ministro é a taxa básica de juros (Selic), que vem aumentando e chegou a 11,75% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O novo patamar terá de ser levado em conta quando for preparado o novo plano de safra, uma vez que os juros eram menores na colheita a anterior.

"Estamos preparando um plano de safra mais robusto, apesar das dificuldades que encontramos na economia, como os juros muito altos", completou.

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