O Banco Central (BC) calculou que o grau de repasse do preço do petróleo para o da gasolina na bomba pode chegar a 66% neste ano. A estimativa consta no Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira (24).
Segundo o estudo do BC, a elevação do preço do petróleo nos últimos anos foi tão expressiva que tende a ultrapassar os demais impactos no preço da gasolina, como a mistura com o etanol.
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No caso de 2022, a expectativa é de que o cálculo considerando um preço de etanol constante levaria a um repasse de 47,2% dos preços do petróleo para a bomba. Já quando é considerado uma razão do preço de etanol pelo da gasolina, o repasse chegaria a 66,1%.
No ano passado, esses números foram de 39,8% e 54,4%, respectivamente. Segundo o BC, a expectativa é que os preços nos postos de combustíveis sejam ainda mais impactados pela alta no petróleo este ano
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“A maior sensibilidade reflete o fato de que preço da gasolina na refinaria – o componente mais sensível ao preço do petróleo – é atualmente mais importante na estrutura de custos do que era antes”, apontou.
Além disso, o custo do etanol também tem um impacto maior no grau de repasse quando no segundo cálculo apresentado pelo BC. Já os impostos federais têm sua participação na estrutura de custos “reduzida de forma importante”.
Segundo o BC, as variações no preço da gasolina têm efeito relevante na inflação do país e em 2021 contribuiu para um terço da alta de 10,06% registrada no IPCA. Com isso, esse impacto do preço do petróleo é "fonte de incerteza" para as projeções.
"A elevada volatilidade do preço do petróleo, especialmente no contexto atual de aumento súbito do risco geopolítico internacional, e o aumento no grau do seu repasse para o preço da gasolina ao consumidor final resultam em incerteza e volatilidade substancial para as projeções de inflação, especialmente no curto prazo", apontou o relatório.