Bolsonaro indica ex-braço direito de Eike para presidência da Petrobras
Felipe Moreno
Bolsonaro indica ex-braço direito de Eike para presidência da Petrobras

A possibilidade de uma troca no comando da Petrobras por meio do Conselho de Administração da companhia não foi bem recebida no Flamengo. O motivo é que, como antecipou a colunista do GLOBO Malu Gaspar, o governo pretende alçar Rodolfo Landim, presidente do clube, ao comando da estatal.

Landim foi indicado para presidir o Conselho de Administração da Petrobras. E já tinha deixado claro para a diretoria do Flamengo que aceitaria chefiar o conselho sem deixar o comando do clube. Na última semana, indicou aos pares que ficassem tranquilos, uma vez que seria necessária participação em três ou quatro reuniões mensais da companhia.

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Mas o quadro mudou com o risco de o executivo assumir o comando da Petrobras, caso o governo decida levar o plano adiante. O estatuto do clube não veda a possibilidade de o presidente comandar uma empresa. No entanto, o desafio de assumir a estatal é considerado impossível de conciliar. A opção seria Landim se licenciar do cargo ao menos até o fim do ano. Neste cenário, assumiria de forma interina o vice Rodrigo Dunshee. Mas não há qualquer passo nesse sentido no clube.

Até agora, Landim estava em processo de transição com o atual presidente do conselho, Eduardo Bacellar Leal Ferreira. Procurado, o presidente do Flamengo não comentou se aceitaria um convite para presidir a empresa.

Caso deixe a presidência do clube, Landim pode dar início a um racha no Flamengo. Sua reeleição, em dezembro, aconteceu em um momento conturbado, com questionamentos de outros vice-presidentes. E a presença dele atenuou maiores divergências.

Caso o governo, de fato, opte por destituir o presidente da Petrobras por meio de mudanças no Conselho de Administração, não estará recorrendo a uma estratégia nova. Foi esse o modelo seguido no governo Jair Bolsonaro para demitir Roberto Castello Branco, no ano passado. O motivo da insatisfação do presidente era o mesmo que tem agora em relação a Silva e Luna: o aumento dos combustíveis, em linha com a política de preços da estatal, que repassa ao consumidor flutuações nas cotações do petróleo e do dólar.

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 Sem sinal de querer sair

Para ser presidente da Petrobras, é necessário fazer parte do Conselho de Administração, conforme o estatuto da empresa. Por isso, retirar o nome de Silva e Luna da lista encaminhada de conselheiros da estatal pode ser uma saída para, na prática, demiti-lo da presidência.

O governo pode fazer qualquer alteração na lista de conselheiros até o dia 12 de abril, véspera da assembleia de acionistas. Por outro lado, o presidente do conselho não pode acumular o cargo com a função de CEO.

Integrantes do governo e auxiliares de Bolsonaro dizem que nada está definido e ressaltam o prazo de abril para uma tomada de decisão. Ministros e assessores presidenciais defendem a permanência de Silva e Luna, especialmente porque avaliam que a saída dele não teria efeitos sobre os preços de combustíveis e iria gerar impactos negativos sobre as ações da companhia.

Enquanto isso, Silva e Luna não dá sinais de que irá pedir demissão.


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