O presidente Jair Bolsonaro recebeu conselhos de auxiliares para manter o general Joaquim Silva e Luna à frente da Petrobras, informa o jornal O GLOBO. Isso porque uma eventual troca seria inútil, já que a política de preços em paridade internacional é consenso entre o Conselho da empresa.
Bolsonaro tem feito críticas ao funcionamento da empresa dizendo que a empresa não tem "qualquer sensibilidade" com os brasileiros.
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"Lamento, porque poderia ter esperado mais um dia [para anunciar o aumento]. A Petrobras demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população. É Petrobras Futebol Clube , o resto que se exploda. Se tivesse atrasado um dia", disse à imprensa, durante passeio em Luziânia (GO).
Na última quinta-feira (10), a Petrobras anunciou o aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel nas refinarias, além de 16,1% no gás liquefeito de petróleo (GLP). Os novos valores começaram a valer a partir de sexta (11).
Desde outubro de 2016, a Petrobras adota a política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional. Após cinco anos da mudança, o combustível no Brasil concentra a maior alta da história, superando a inflação em mais de 30%.
A política de preços da estatal para reajuste dos combustíveis entrou na mira do Conselho Administrativa de Defesa Econômica (Cade) , tribunal administrativo de defesa da concorrência. A conclusão de um inquérito administrativo aberto no início de janeiro pode levar o órgão a determinar uma mudança na forma como a estatal define os preços dos combustíveis na refinaria.
Neste mês, Bolsonaro indicou Rodolfo Landim (atual presidente do Flamengo) para presidir o Conselho de Administração da estatal.
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Há um ano, Bolsonaro trocou o presidente da Petrobras, tirando Roberto Castello Branco, também por irritação pelos aumentos nos preços dos combustíveis. Na época, o litro médio da gasolina era de R$ 4,80, agora cestá na casa dos R$ 7 nos postos.
Silva e Luna não deve pedir demissão. Segundo relatos a que o blog da Ana Flor, do g1, teve acesso, Silva e Luna tem dito que "um maluco que assuma aqui não faz o que quer".
No sábado, Bolsonaro foi perguntado se poderia trocar Silva e Luna. Respondeu que “qualquer um no governo pode ser trocado”, exceto ele e o vice-presidente, Hamilton Mourão.
"Tem certas coisas que não preciso comentar. Ele (Silva e Luna) vai ligar pra mim e falar: "Está satisfeito com o reajuste?". Não vai ligar. Ele sabe o que eu penso disso e o que qualquer brasileiro pensa disso. Agora, o brasileiro tem que entender que quem decide esse preço não é o presidente da República. É a Petrobras com seus diretores e os seus conselhos", afirmou.
Como alternativa para reduzir os combustíveis, Bolsonaro sancionou a proposta que prevê a incidência única do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis. Além disso, tramitam no Congresso outras propostas para amenizar a inflação provocada pela alta nos derivados de petróleo.