Na mesma semana da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado intensificou as mudanças nas projeções de cenário econômico e passou a prever juros e inflação mais altos para este ano.
De acordo com o boletim Focus, documento do Banco Central (BC) que reúne as expectativas de mercado, a taxa básica de juros deve subir para 12,75% até o final do ano. Na semana passada, a previsão era de 12,25% ao ano.
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A previsão de inflação para 2022 está subindo há nove semanas consecutivas, mas deu um salto no Focus divulgado nesta segunda-feira. Na semana passada, o mercado esperava que o IPCA terminasse 2022 em 5,65%. Agora, passou a prever inflação de 6,45% no final deste ano.
As expectativas são impactadas principalmente pelos efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia. Como O GLOBO já mostrou, o conflito vai elevar preços de alimentos, além de passagens aéreas e carros. O IPCA já acumula alta de 10,54% nos 12 meses terminados em fevereiro.
Com uma inflação mais alta, a tendência é que os juros precisem subir mais. A meta do IPCA para esse ano é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo.
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Na reunião do Copom que acontece nesta quarta-feira, os diretores e o presidente do BC vão decidir para qual patamar vão elevar a Selic, que já está em 10,75% ao ano.
Longo prazo
As revisões não afetaram só as expectativas para este ano. Para 2023, o mercado passou a prever inflação de 3,7%, acima dos 3,51% da semana passada. Já a Selic também subiu 0,5 p.p, de 8,25% para 8,75% ao ano.
Para 2024, o mercado também ajustou sua projeção de inflação de 3,10% para 3,15% e de Selic de 7,38% para 7,5%.