Para quem não dispensa beber um cafézinho pela manhã, está cada vez mais difícil manter o hábito. No acumulado nos últimos 12 meses, o preço do café moído e torrado subiu 56,87% para o consumidor, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apenas em janeiro deste ano, a alta foi de 4,75%.
Em 2021, o café viveu um ano de bienalidade negativa — quando após um ano de produtividade alta, sofre uma queda, devido à necessidade de recomposição da planta.
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Para complicar a situação, houve perdas em razão das secas e das geadas nas principais regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo.
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Essa combinação de fatores vem pressionando as cotações da commodity. No último dia 9, a saca de 60 quilos da variedade arábica, líder de mercado, era cotada a R$ 1.555,19, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O resultado é recorde desde o início da série histórica, iniciada em 1996. Em termos reais — ou seja, se descontada a inflação —, trata-se do maior valor desde dezembro de 1999.
A cotação até perdeu fôlego nos últimos dias, mas segue próxima de R$ 1.500. Na última segunda (21), estava em R$ 1.462,04. Ao final de fevereiro do ano passado, o valor era de R$ 746,50.
Na visão de analistas e especialistas do setor, a tendência é de que o café continue em patamar elevado em 2022, pressionado pela demanda global e oferta menor.
Ainda assim, neste ano, o Brasil deve colher 55,7 milhões de sacas de café — quase 17% a mais do que em 2021, conforme aponta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A projeção, porém, fica abaixo dos resultados de 2020 e 2018, dois últimos anos de bienalidade positiva.