Rio: 80% dos consumidores trocam marcas caras por outras mais baratas
Ana Branco/Agência O Globo
Rio: 80% dos consumidores trocam marcas caras por outras mais baratas

Com a crise econômica, o brasileiro vem mudando suas prioridades ao consumir itens de alimentação, higiene e beleza. Mais de 80% dos consumidores já substituíram itens de marcas caras por outras mais baratas. É o que revela uma pesquisa realizada pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj).

Os clientes também estão de olho nos preços mais competitivos. Entre os entrevistados, 31,5% responderam que vão a farmácias e supermercados para fazer pesquisa de preços antes de efetuarem as compras.

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"O poder de compra está reduzido, e o brasileiro está usando os recursos que existem como buscar por ofertas, experimentar novas marcas, substituir itens para economizar sem excluir nenhum produto. Nossa orientação é sempre pesquisar em várias redes para conseguir fechar todos os itens da lista de compras", orienta Fábio Queiróz, presidente da Asserj.

Beneficiários do auxílio emergencial têm priorizado gastos com alimentação (56,5%), de acordo com o levantamento. Porém, com a renda comprometida, 11,7% deles precisam usar o dinheiro para pagar dívidas, enquanto outros 10,8% compram remédios — itens de primeira necessidade.

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Adeus, carne vermelha

Do total de pessoas ouvidas, 88,7% disseram que passaram a comer mais frango e menos carne bovina por causa da inflação. De acordo com a plataforma Cesta de Consumo Horus & FGV Ibre, recém-lançada, a carne bovina é um dos itens que mais têm contribuído para a alta da cesta básica, junto aos legumes, ao café e à farinha de mandioca.

O elevado custo da proteína pode ser explicado pelo término do embargo das exportações de carne bovina brasileira. Além disso, a escassez hídrica do ano passado prejudicou as lavouras de milho e soja e pastagens, usadas na alimentação do gado. Dessa forma, os fazendeiros precisam gastar mais com ração e acabam repassando os custos para o consumidor final.

Também entram na conta da produção as despesas com energia elétrica e com frete, elevado pela alta dos combustíveis.

Metodologia

A sondagem foi realizada, entre os dias 29 e 31 de janeiro, em supermercados das zonas Sul, Norte e Oeste do município do Rio e na Baixada Fluminense. O objetivo foi levantar o comportamento do cliente nas compras e identificar, neste início de ano, mudanças no perfil de consumo de acordo com a renda.

Do total de 664 pessoas ouvidas, mais de 50% tem entre 25 e 44 anos, sendo 61% mulheres e 38,7% homens.

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