Um grupo formado por mais de cem bilionários e milionários fez um apelo a líderes políticos e empresariais reunidos em evento virtual do Fórum Econômico Mundial: "Forcem-nos a pagar mais impostos". Institulados "Milionários patriotas", eles assinaram uma carta aberta em que dizem acreditar não estarem fazendo sua parte para a recuperação global da economia após a crise provocada pela pandemia de Covid-19.
Entre os signatários está a herdeira da Disney, Abigail Disney. Não há brasileiros na lista. Os nomes podem ser encontrados aqui.
"Como milionários, sabemos que o atual sistema tributário não é justo. A maioria de nós pode dizer que, embora o mundo tenha passado por uma imensa quantidade de sofrimento nos últimos dois anos, na verdade, nós vimos nossa riqueza aumentar durante a pandemia — poucos ou nenhum de nós pode honestamente dizer que pagamos nossa parte justa em impostos", afirmaram.
No fim de semana, um estudo da ONG Oxfam revelou que, desde o início da pandemia, decretada em março de 2020, um novo bilionário surgiu a cada 26 horas. Os dez homens mais ricos do planeta mais que dobraram suas fortunas, que passaram de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão, um aumento de US$ 15 mil por segundo ou de US$ 1,3 bilhão por dia no mesmo período.
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Nessa lista, de ricos que ficaram ainda mais ricos, estão Elon Musk, CEO da Tesla; Jeff Bezos, da Amazon; Bill Gates, da Microsoft; Larry Page e Sergey Brin, do Google e Mark Zuckerberg, do Facebook.
Enquanto isso, a renda 99% da população global caiu, e mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza no mesmo período.
À agência de notícias Reuters, um porta-voz do Fórum Econômico Mundial disse que pagar uma parte justa dos impostos era um dos princípios do fórum, assim como a taxação de grandes fortunas — assim como acontece na Suíca, onde a organização é sediada. Porém, poucos países adotam esse tipo de imposto.
De acordo com um estudo desenvolvido pelos "Milionários Patriotas" em parceria com a Oxfam e outras ONGs, uma taxa progressiva sobre fortunas começando em 2% para os que têm mais de US$ 5 milhões e chegando a 5% para os bilionários poderia levantar US$ 2,52 trilhões, o suficiente para tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza em todo o mundo.