O prefeito Eduardo Paes anunciou nesta quinta-feira (dia 13), na Rio Innovation Week, que a Prefeitura do Rio pretende investir uma porcentagem do Tesouro em criptomoedas. Ele falou do assunto em palestra com o prefeito de Miami, Francis Suarez, sobre os desafios em transformar as metrópoles em polos tecnológicos.
"A gente vai lançar o Cripto Rio e aplicar 1% do Tesouro em criptomoeda", disse Paes, que publica na sexta-feira um decreto estabelecendo um grupo de trabalho para o tema.
O prefeito carioca também citou, como investimentos futuros em inovação e tecnologia, o Porto Maravalley, área do Porto Maravilha com incentivos fiscais para empresas do segmento tech. A Miami de Suarez fez algo semelhante e seduziu diversas empresas do Vale do Silício americano,como explicou o político do Partido Republicano.
"Criamos um tsunami de oportunidades. Muitas cidades dos Estados Unidos estavam aumentando impostos, e nós abaixamos. Entendemos que podíamos estar na vanguarda da inovação e convidamos os criadores para cá", disse Suarez, por chamada de vídeo. Entusiasta da bitcoin, ele criou a MiamiCoin, a criptomoeda da cidade.
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Ao fim da palestra, os secretários Pedro Paulo, da Fazenda, e Chicão Bulhões, de Desenvolvimento Econômico e Inovação, detalharam ao GLOBO os planos para transformar a cidade num hub de criptomoedas.
"Estamos estudando a possibilidade de quitar impostos com desconto adicional se pagar com bitcoins. Você pega o desconto da cota única de 7% (do IPTU), vira 10% se pagar em bitcoin", disse Pedro Paulo. "Vamos estudar o arcabouço jurídico para fazer isso."
Chicão Bulhões acredita que o Rio vai ser uma cidade pioneira nesse assunto, principalmente no que diz respeito a investimento do Tesouro em ativos criptos, e a ideia é levar empresas dessa universo para além da Zona Sul.
"Essa empresas estão na região do Leblon e Ipanema e queremos descentralizar o máximo possível. Já tem incentivos fiscais aprovados, já tem um percentual de 2%, que queremos concentrar muito na região do Porto a vinda desses novos atores também", diz Chicão.