No âmbito econômico, o ano do Congresso Nacional pode ser resumido em uma única palavra: decepção. Principais apostas do governo Jair Bolsonaro (PL), as reformas administrativa e tributária estavam previstas para sair em 2021. Mas os textos foram perdendo a atenção do Executivo e do Legislativo diante de uma sucessão de crises. Relembre!
De fato, 2021 ficou marcado por incertezas sobre os programas sociais. Após 16 meses, o auxílio emergencial chegou ao fim, deixando milhões de brasileiros sem nenhum benefício. Em paralelo, ainda haviam dúvidas quanto a criação de uma renda básica que substituiria o Bolsa Família, que também foi extinto em novembro.
Nos últimos meses, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem atribuído a alta da inflação — atualmente em 9,25% — ao isolamento social, chamado por ele de "fica em casa". Mas será mesmo que o cenário inflacionário no Brasil seria outro se o mundo não tivesse passado por uma pandemia?
Quem olhou o Boletim Focus no dia 31 de dezembro de 2020 foi dormir tranquilo. Segundo a última previsão do ano passado, 2021 teria inflação de 3,32%. O otimismo era justificável: havia expectativas quanto à retomada econômica com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no país e à aprovação de reformas pelo Congresso Nacional. Contudo, a realidade é bem diferente do que se imaginava.
Como se já não bastasse tantas polêmicas na Economia, 2021 veio para mostrar que não estava para brincadeiras. Enquanto precisava aprovar pautas ideológicas e convencer parlamentares a apoiar as ações governistas, o Palácio do Planalto resolveu apostar no principal desejo de deputados e senadores: o dinheiro.
Às vésperas das eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro viu sua popularidade ir por água abaixo, diante de uma política fracassada de combate à pandemia e de um cenário econômico problemático, com a inflação e o desemprego em alta. Foi aí que Bolsonaro apelou para atrair eleitores e criar um programa para chamar de seu: extinguiu o Bolsa Família e criou o Auxílio Brasil.