O presidente Jair Bolsonaro telefonou para o relator do Orçamento do ano que vem, deputado Hugo Leal, para pressionar o congressista a incluir o reajuste de servidores federais no texto. A Comissão Mista de Orçamento (CMO) começou a votação nesta segunda-feira (20), mas adiou para amanhã devido aos impasses envolvendo fundão, emendas do relator e o reajuste
. A informação é da agência Estado.
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu ao Congresso para reservar R$ 2,8 bilhões no Orçamento de 2022 com o objetivo de conceder reajustes a base de apoio do presidente, mas o o relator-geral não atendeu.
A presidente da CMO, senadora Rose de Freitas, disse ser "impossível" adiar a votação para 2022, por isso a pressa do presidente Bolsonaro em resolver a questão do aumento.
Como contrapartida, os parlamentares pedem aumento do fundo eleitoral para R$ 5,1 bilhões e recomposição de R$ 2 bilhões na verba da Educação.
Em nota, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, afirmou que o reajuste seria uma conquista importante para a categoria. "As forças de segurança tiveram perdas importantes nos últimos tempos, em momentos como a reforma da Previdência e a PEC Emergencial, por exemplo. Também precisamos de uma Lei Orgânica, que deixe claras as atribuições e competências de cada cargo", afirmou.
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Bolsonaro também prometeu aumentar o salário de todos os servidores em 2022, não só de policiais.
"Teria [que ser reajuste de] 3%, 4%, 5%, 2%... Que seja 1%. Essa é a ideia. Porque nós estamos completando aí no meu governo três anos sem reajuste. Agora, o reajuste não é para recompor toda a inflação, porque não temos espaço para isso", disse Bolsonaro em entrevista à Gazeta do Povo .
O funcionalismo público está sem reajuste desde 2017. Já as carreiras de estado (que não tem correspondência na iniciativa privada, como embaixadores e auditores da Receita) garantiram reajustes por quatro anos, concedidos paulatinamente até 2019.