A inflação medida pelo IPCA subiu 0,95% na passagem de outubro para novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10). Com o resultado, o indicador acumula alta de 10,74% nos últimos 12 meses, superando levemente o patamar de janeiro de 2016, quando a inflação chegou a 10,71%, pico do índice atingido no governo de Dilma Rousseff.
A expectativa média do mercado, segundo a Reuters, era de 1,08% na variação mensal e 10,88% na variação anual.
O índice foi puxado pelo aumento nos preços dos combustíveis e tem alta acumulada de 9,26% no ano, bem distante do teto da meta estipulada pelo Banco Central para 2021.
O BC tem como meta de inflação 3,75% em 2021, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo, ou seja de 2,25% a 5,25%.
A constante alta da inflação registrada durante todo o ano tem vários fatores, como os choques de preços de combustíveis e alimentos, que afetam toda a cadeia. Há também a incerteza fiscal, que causou confusão no mercado e fez as projeções de PIB, juros e inflação se deteriorarem tanto para 2021 e 2022.
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Maior patamar desde 2015
Com as pressões persistentes impactando a inflação, economistas projetam que o indicador encerre o ano de 2021 em dois dígitos - algo que não ocorre desde 2015, quando chegou a 10,71%.
A alta persistente dos preços tem levado o Comitê de Politica Monetária do Banco Central a acelerar o ritmo de alta da taxa Selic.
Na última reunião deste ano, entre os dias 7 e 8 de dezembro, o Copom decidiu pelo aumento de 1,5 ponto percentual, como já era previsto pelos agentes de mercado, elevando a Selic para 9,25% ao ano. É o maior choque de juros na economia brasileira em 20 anos.
Como o efeito dos juros leva de dois a três trimestres para fazer efeito na economia real, a expectativa dos analistas que a rápida elevação dos juros consiga controlar as expectativas de inflação para 2022 e 2023. Analistas estimam que o indicador deva encerrar o ano que vem entre 5% e 6%.