Buscas por "Auxílio Brasil" só superaram "Bolsa Família" no fim de outubro
Na última semana de outubro Google registrou maior procura pelo programa social já rebatizado
Programa consolidado e reconhecido internacionalmente, o Bolsa Família foi enterrado pelo governo Jair Bolsonaro em outubro deste ano após 18 anos . No Google, os reflexos da busca surtiram efeito na última semana do mês, quando finalmente a procura por "Auxílio Brasil" ultrapassou o interesse pelo antecessor.
Na busca por "Auxílio Brasil" o termo mais relacionado é "400 reais", no entanto, o programa paga R$ 217 por enquanto. Para conseguir elevar o valor da parcela o governo espera contar com a aprovação da PEC dos Precatórios, atualmente parada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.
Em proporção, o estado onde a busca por "Auxílio Brasil" registra a maior diferença é o Amazonas. Já a procura por "Bolsa Família" é mais relevante na Paraíba.
Projeto de longa data
O projeto de uma renda básica do governo Jair Bolsonaro surgiu ainda em junho do ano passado , mas teve tantos nomes que demorou a pegar no gosto da população. Enquanto se chamava "renda Brasil", era popularmente conhecido como "novo Bolsa Família".
Entenda a cronologia do Auxílio Brasil.
O governo levou 14 meses para elaborar a Medida Provisória (MP) que cria o programa já com nome definitivo, e, em agosto de 2021, Bolsonaro foi pessoalmente entregar o texto ao Congresso – sem valor específico e sem descrição da fonte de recursos. Essas incertezas fizeram com que o texto sequer fosse pautado. Se não for votada em 21 dias, a MP perde a validade.
O benefício inicia os pagamentos nesta quarta-feira para famílias inscritas no Cadastro Único do governo federal com Número de Identificação Social (NIS) terminado em 1.
Indefinição sobre o cartão
O Ministério da Cidadania informou, via Lei de Acesso à Informação (LAI), que ainda não sabe se manterá o cartão do Bolsa Família para recebimento do substituto, o Auxílio Brasil. Uma das intenções de criar o novo programa social era desassociar das gestões petistas a política de transferência de renda.
A pasta informou que o intuito do novo programa é "aprimorar a política de transferência de renda do Governo Federal, integrando benefícios de assistência social, saúde, educação e emprego", mas quanto ao cartão e possível troca, diz "ainda não ter informações concretas sobre o tema" .