O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que não se sente pressionado pelos aumentos nos preços dos combustíveis. Ontem, a estatal divulgou lucro líquido de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre.
Em coletiva de imprensa virtual, o executivo lembrou que "tudo que impacta a sociedade, impacta a empresa". Voltou a falar que o acionista majoritário recebe os dividendos e decide como empregar esses recursos em políticas públicas. Após após antecipar R$ 63,4 bi em dividendos, a estatal prevê pagamento ainda maior a acionistas no 4o trimestre.
"Participamos de algumas conversas na forma de como o Congresso e o governo podem encontrar soluções para apoiar os mais necessitados com o recursos que entregamos. O congresso e o governo estão estudando soluções que vão desde o colchão para amortecer esses preços, o vale-gás, o vale-caminhoneiro. A Petrobras está atenta a isso. No sentido de se sentir pressionado, não. Mas eu recebo todos esses impactos e vejo como a Petrobras pode ser mais sensível ao que está acontecendo", disse Luna.
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O executivo, que disse que a empresa não persegue lucro por lucro, voltou a falar que a Petrobras "não controla" os preços do petróleo, que foram afetados pelo efeito da pandemia. Afirmou ainda que existem no Brasil leis que estabelecem como a Petrobras deve atuar.
"Como gestores públicos, não podemos atuar fora da lei. As maiores contribuições que a empresa pode dar à sociedade são os pagamentos de tributos e dividendos. Devolvemos o lucro da empresa à sociedade por meio de dividendos", afirmou.
Para ele, "existe um grande desconhecimento por parte da sociedade" sobre o que Petrobras pode e não pode fazer por limitações legais.
"Somos sensíveis a tudo particularmente com relação às famílias mais carentes. Sofremos quando temos que informar o aumento dos preços de um combustível ou outro. E só fazemos isso no limite da necessidade para evitar o desabastecimento, já que temmos uma grande importação de derivados. Não estamos insensíveis a isso. No entanto, não podemos fazer políticas públicas. Temos responsabilidade social e somos sensíveis sim a tudo isso, mas temos que cumprir a lei", disse Silva e Luna.