Entre os anúncios feitos pelo governo em torno do Auxílio Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família, está um reajuste de 20% no valor do benefício. A informação foi confirmada na última quarta-feira (20) pelo ministro da Cidadania, João Roma , que também informou que o programa terá início em novembro.
O Bolsa Família, no entanto, não é reajustado há pouco mais de três anos, e o aumento prometido seria o suficiente apenas para recompor a inflação nesse período, isto é, não haveria ganho real; o poder de compra das famílias continuará o mesmo.
O último reajuste aconteceu em julho de 2018, pelo ex-presidente Michel Temer. Na ocasião, o benefício médio foi de R$ 177,71 para R$ R$ 187,79. Atualmente, o valor do Bolsa Família é, em média, de R$ 189.
Desde o último aumento, no entanto, a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPNC), que mede os preços para famílias de baixa renda, é de 20,8%. Isso significa que, para comprar a mesma quantidade de coisas que compravam em 2018, as famílias deveriam receber, hoje, cerca de R$ 227 - quase o mesmo valor que receberão com a nova mudança.
Vale lembrar que, diferentemente de outros gastos, como o salário mínimo, que deve ser corrigido todos os anos, não há nada na legislação que obrigue o Bolsa Família a ser reajustado periodicamente. Os reajustes são feitos por decreto presidencial, quando e como o governo da vez decidir.
Auxílio Brasil deve pagar R$ 400
Além do reajuste de 20%, o novo Auxílio Brasil também promete um benefício de R$ 400 até o fim de 2022. O pagamento seria da seguinte forma: os beneficiários receberiam R$ 300, que sairiam da verba do Bolsa Família para 2021 (R$ 34,7 bilhões), e os outros R$ 100 restantes deveriam ser pagos em parcelas adicionais temporárias.