Numa tentativa de frear a inflação, o governo da Argentina anunciou o congelamento de preços de 1.245 produtos por 90 dias. Os preços permanecerão inalterados até 7 de janeiro do ano que vem, com os valores praticados em 1º de outubro.
A Argentina observa a maior inflação anual entre os países do G20, com taxa de 51,4% em agosto, após nove meses consecutivos de alta. Em seguida, aparece a Turquia com taxa de 19,3%. O Brasil aparece como a terceira maior inflação em 12 meses entre os países listados no levantamento da OCDE.
O congelamento dos preços, já adotado sem sucesso no passado, foi acertado entre o governo argentino e representantes de empresas de consumo e redes de supermercados, no momento em que a inflação gira em torno de 50% ao ano.
A medida inclui produtos básicos do atual Programa de Preços Assistenciais e também garrafas de uísque, rum, gim, vodka, conhaque, cerveja e até champanhe, além de uma grande variedade de vinhos, num total de 61 tipos diferentes nesta categoria.
Também fazem parte da lista os cremes anti-idade, os energéticos, 16 variedades de maionese, azeites e outros itens de alimentação, higiene e limpeza.
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Acordo com empresas
"Precisamos parar a bola de neve para que os alimentos não continuem limitando os salários" disse o novo secretário de Comércio Interior, Roberto Feletti, após reunião com os representantes do comércio.
E acrescentou:
"Se olharmos o caso dos trabalhadores com carteira assinada, vemos que, para um adulto, a cesta básica em dezembro de 2019 era de 9% do salário médio e, na última medição, foi de 11%."
"Depois de um ano de inflação muito forte, a ideia é gerar uma trégua (na alta dos preços)", disse ao jornal El Clarín o ministro de Desenvolvimento Produtivo, Matías Kulfas.
De acordo com o Clarín, o encontro com Feletti contou com a presença de representantes de cerca de 30 empresas produtoras que concentram a maior parte do fornecimento de alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal como Arcor, Molinos, La Serenísima e Mondelez, entre outras.