A ex-presidente Dilma Rousseff fez duras críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ela, tanto ele, quanto o presidente Jair Bolsonaro "não estão nem aí" para a recuperação fiscal no país, prova disso seriam os US$ 9,55 milhões de Guedes escondidos no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
"Guedes é homem de mercado financeiro e não é por nada que tem seu dinheiro bem guardadinho nas Ilhas Virgens", disse. "No Brasil se discute para o que é o paraíso fiscal, não é só para crime e corrupção, ele foi criado para esconder recursos ligados ao Fisco nacional", completou ao programa Entre Vistas, da Rede TVT.
Dilma também estendeu as críticas à elite financeira, que seria retrato do ministro da Economia. "A insensibilidade da elite tem origem na escravidão, a elite jamais respeitou o povo. É isso que se vê nas falas do Guedes", disse a petista.
A ex-presidente avalia que o impeachment que sofreu em 2016 foi uma "conspiração com objetivo claro" de tirar espaço dos programas socias e de assistência de renda a fim de abraçar um "projeto neoliberal que vem sendo imposto ao mundo pela hegemonia dos Estados Unidos e, aqui, é refletido em nossas elites internacionalizadas".
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Essa realidade estaria ocasionando a fome no país, que já alcança 84,9 milhões de pessoas .
Dilma também comentou a crise de energia, na visão dela, a possibilidade de apagão no próximo verão é "um absurdo".
"Hoje o Brasil tem muito mais condições de enfrentar a situação, porque ampliamos hidrelétricas e termelétricas, fizemos gasodutos. A Eletrobras e Petrobras foram essenciais para enfrentar a crise de apagão. Mas estamos catastróficos na área da gestão. Ignoraram todos os sinais de que haveria problema de seca no Brasil, nunca tomaram as providências que deviam, só de forma atrasada."