O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, garantiu, em um evento online realizado na tarde desta quinta-feira (dia 7), que a cobertura de atendimento dos Correios não será reduzida, a tarifa não será aumentada e que estados e municípios vão aumentar suas arrecadações se a estatal for privatizada.
"Nosso projeto garante que a cobertura (de atendimento) não será reduzida. A gente vai manter a cobertura atualizada. Isso está contratado, é uma obrigação do futuro operador dos Correios", disse o executivo no 4º Fórum CNT de Debates, Desestatização dos Correios: Oportunidades e Desafios para o Brasil.
Montezano falou ainda sobre o aumento de preços de serviços, um dos pontos sensíveis em discussão: "A tarifa do serviço postal é regulada por lei, pelo agente fiscalizador, e não será elevada."
O BNDES é o responsável por contratar os estudos que vão formatar a modelagem da desestatização.
O projeto de Lei que estabelece os parâmetros da venda foi aprovado em setembro pela Câmara dos Deputados. Tramita agora no Senado e, se aprovada e sancionada, a estatal vai à leilão, previsto para o primeiro semestre do ano que vem.
"Ela (a modelagem feita pelo BNDES) garante que todos os agentes que se beneficiam direta ou indiretamente dos Correios serão beneficiados e terão as relações com os Correios ainda melhoradas", pontua.
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Sobre os empregos, outro tema polêmico a respeito das privatizações, o presidente do BNDES disse ainda não haverá redução no quadro de trabalhadores da empresa e que a visão é que “no médio prazo, a quantidade de funcionários nos Correios tende a aumentar, pois, “os históricos de privatização mostram que empresa fica mais competitiva e moderna e consegue expandir suas operações”.
"A privatização resolverá de uma vez por todas o potencial passivo que esses brasileiros têm nos seus fundos pensão. Equacionará uma insegurança para diversas famílias que não sabem se terão sua aposentaria garantida por eventuais déficits no fundo de pensão."
O presidente do BNDES disse ainda que com a desestatização, os Correios estarão mais preparados para crescer e ganhar espaço no mercado, podendo se tornar o maior operador logístico da América do Sul e até da América Latina, e que estados e municípios vão arrecadar mais com a privatização, pois a empresa privada ficará isenta da imunização tributária aplicada hoje.
"Isso se encerrará e, portanto, aumentará a arrecadação de estados e municípios onde houver demanda de entregas de correspondências e encomendas físicas."