Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) vende apenas 5 dos 92 blocos disponíveis para exploração de petróleo
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Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) vende apenas 5 dos 92 blocos disponíveis para exploração de petróleo

Apenas 5 das 92 áreas ofertadas para exploração de petróleo e gás natural foram arrematadas no  leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) desta quinta-feira (7). Após protestos de ambientalistas, a ANP não conseguiu interessados para regiões próximas a locais de preservação ambiental. 

Nove empresas participaram da disputa, mas apenas duas fizeram ofertas. Elas temiam dificuldades na obtenção de licenças ambientais após a compra das concessões. Mesmo inscrita, a Petrobras não fez nenhuma proposta. Já a Shell arrematou sozinha quatro dos cinco blocos vendidos e formou consórcio com a colombiana Ecopetrol para arrematar o quinto - todos eles na Bacia de Santos, no litoral de São Paulo. Com isso, o leilão teve uma arrecadação de R$ 37 milhões. 

Ainda assim, o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, considerou o resultado "um sucesso". "Importante lembrarmos e termos em mente que esta rodada teve foco em novas fronteiras exploratórias, ou seja, áreas com muitos riscos exploratórios para as empresas, risco de perfurarem e não encontrarem acumulações de petróleo cuja produção seja viável", disse ele.

"As empresas estão se refazendo agora de um período muito difícil e estão mais seletivas quanto aos seus investimentos. Então, acreditamos que isso possa ter impactado no interesse [das empresas]", acrescentou Saboia.

Veja abaixo o que foi ofertado:

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Bacia de Santos, litoral de São Paulo

  • Número de blocos ofertados: 13
  • Número de blocos arrematados: 5
  • Lance mínimo: R$ 2,4 milhões
  • Valor arrecadado: R$ 37,140 milhões
  • Empresas vendedoras: Shell e Ecopetrol

Bacia de Pelotas, litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul

  • Número de blocos ofertados: 50
  • Número de blocos arrematados: zero
  • Lance mínimo: R$ 630 mil
  • Valor arrecadado: zero

Bacia Potiguar, litoral do Rio Grande do Norte, Ceará e Fernando de Noronha

  • Número de blocos ofertados: 14
  • Número de blocos arrematados: zero
  • Lance mínimo: R$ 5,6 milhões
  • Valor arrecadado: zero

Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo

  • Número de blocos ofertados: 15
  • Número de blocos arrematados: zero
  • Lance mínimo: R$ 2,1 milhões
  • Valor arrecadado: zero

As áreas que não foram arrematadas agora entram na lista de oferta permanente da ANP, que consiste em uma espécie de "prateleira" com todos os blocos disponíveis para exploração no país.

Protestos de ambientalistas

O leilão da ANP aconteceu em meio a protestos de ambientalistas contrários à exploração de 14 blocos localizados próximos a importantes áreas de preservação ambiental do país, incluindo o Parque Nacional de Fernando de Noronha e a reserva biológica do Atol das Rocas.

Ao menos  quatro ações cívicas para tentar impedir o leilão foram protocoladas na Justiça nos estados de Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. Manifestantes também se reuniram nesta quinta-feira (7), em frente ao hotel onde aconteceu a disputa, na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A ANP informou que houve manifestação prévia dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia e que o leilão seguiu as diretrizes ambientais. Os potenciais riscos e a viabilidade da exploração devem ser avaliados de maneira mais aprofundada durante o licenciamento ambiental.

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