Presidente do BC acredita que discussão sobre Auxílio Brasil será 'página virada'
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Presidente do BC acredita que discussão sobre Auxílio Brasil será 'página virada'

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (01) que as discussões sobre o pagamento dos precatórios e o financiamento do Auxílio Brasil em 2022 serão uma “página virada” em breve.

Em evento de uma instituição financeira, Campos Neto ressaltou que o mercado está preocupado com as incertezas na economia, principalmente ligadas ao risco fiscal.

"Acredito que quando você virar a página nesse tema, nós seremos capazes de avançar e acredito que vamos virar essa página em breve", destacou.

O presidente do BC explicou que o mercado espera entender como o governo vai fazer para desenvolver o novo Bolsa Família ao mesmo tempo em que respeita as regras fiscais.

"A questão é qual será a equação que vai chegar a uma solução que ao mesmo tempo resolva todas as necessidades básicas para a população mais pobre, mas ao mesmo tempo respeite o regime fiscal que temos", disse.

Ao mesmo tempo que Campos Neto fazia sua palestra, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciava em um evento no Palácio do Planalto a extensão do Auxílio Emergencial. Quase uma hora depois, a assessoria da pasta corrigiu o ministro e afirmou que o governo quer o Auxílio Brasil.

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"O ministro Tarcísio (de Freitas, da Infraestrutura) vai vender mais 22 aeroportos. O ministro Rogério Marinho (do Desenvolvimento Regional) vai terminar as obras que ficaram inconcluídas. O ministro João Roma vai estender o auxílio emergencial. Nós somos um time remando pelo Brasil", disse Guedes ao discursar em um evento sobre a Cédula de Produto Rural (CPR) Verde.

A fala causou confusão porque parte do governo estuda prorrogar o Auxílio Emergencial, mas a equipe econômica vinha se posicionando contra essa renovação. O entendimento é que a prorrogação fora das regras orçamentárias preocupa do ponto de vista fiscal.

Precatórios

O governo tem uma conta de R$ 89,1 bilhões em precatórios — decisões judiciais contra a União sem possibilidade de recurso — para 2022 e vem tentando solucionar a questão pela Justiça e pelo Congresso Nacional, seja estabelecendo um teto para pagamentos ou os parcelando. Segundo Campos Neto, as pessoas estão enxergando um problema com a questão fiscal.

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"Quando você olha para os precatórios, eles têm crescido em um ritmo que basicamente elimina sua liberdade em termos de utilizar seu Orçamento", disse.

De acordo com o presidente do BC, o "ruído" está ligado a como o novo programa social será financiado.

"O ruído no curto prazo é relacionado a qual tipo de programa social o governo quer fazer, como vai ser financiado e se vai ser permanente, temporário, como vamos lidar com o programa temporário que está ativo agora, como ele vai se juntar com o programa permanente".

"Acredito que muitas dessas perguntas estão sem resposta e isso está criando um pouco de apreensão, mas quando a página estiver virada, será possível evoluir nessa questão", explicou.

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