A secretária do Tesouro dos Estados Unidos Janet Yellen tem se recusado a atender telefonemas da chefe do FMI, Kristalina Georgieva, desde que o escândalo de um suposto favorecimento da China em relatório do Banco Mundial vieram à tona.
O gesto de Yellen mostra que a administração de Joe Biden reforça sua postura contra a diretora do órgão.
Desde as acusações, Goergieva tenta entrar em contato com Yellen, mas não recebe retorno da secretária de Biden, de acordo com fontes ligadas ao tema ouvidas pela agência Bloomberg.
Um relatório da firma WlimerHale alega que a diretora do FMI pressionou o Banco Mundial a alavancar a China num ranking de um relatório.
Kristalina Georgieva rejeitou as alegações, que caracterizou como "simplesmente inverdades". O FMI, por outro lado, afirmou que pretende fazer uma avaliação criteriosa e objetiva das alegações.
Goergieva tinha facilidade de comunicação com Yellen, segundo fontes, o que denota a natureza íntima da relação entre o FMI e o Tesouro dos EUA.
As duas representantes se falavam com frequência no começo do ano, diante de tratativas para a criação de um fundo de US$ 650 bilhões de injeções de reservas globais.
Tensão às vésperas de encontro anual
A falta de comunicação entre Yellen e Georgieva ocorre semanas antes do encontro anual do FMI e do Banco Mundial, marcado para começar em 11 de outubro.
Procurada pela Bloomberg, a Secretaria do Tesouro, o FMI e representates de Giorgieva preferiram não se pronunciar sobre o contato recente de Yellen com Giorgieva.
Funcionários do Tesouro, entretanto, avaliam as alegações contra a chefe do FMI como preocupantes e sérias, mas o governo americano aguarda um pronunciamento oficial do Fundo para se pronunciar abertamente sobre o caso.
"Conforme deixamos claro, o Tesouro acredita que as descobertas contidas no relatório são sérias e justificam uma avaliação criteriosa pelo FMI do papel da diretora na elaboração do relatório Doing Business", afirmou Alexandra LaManna, porta-voz da Secretaria do Tesouro. "Nossa principal responsabilidade é defender a integridade de instituições financeiras internacionais."
Para a reunião anual de FMI e BM, chefes de bancos centrais e ministros da área financeira expressam preocupação sobre o caso Georgieva.
Representantes democratas e republicanos dos EUA - maior cotista do FMI, que é sediado em Washington - avaliam as alegações como perturbadoras.