Após o reajuste do diesel anunciado pela Petrobras nesta terça-feira (28), caminhoneiros negociam a possibilidade de realizar mais uma paralisação nas próximas semanas. Ao Metrópoles , o Conselho Nacional do Transporte informou que haverá uma reunião em 16 de outubro para definir os parâmetros da manifestação.
A categoria contesta o reajuste de 8,9% no valor do diesel a partir desta quarta-feira (29). Segundo a Petrobras, o combustível passará a custar R$ 3,06 nas refinarias.
"Esse ajuste é importante para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras. Reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio", informou a companhia.
O aumento vai contra os anseios do presidente Jair Bolsonaro, que tenta agradar caminhoneiros e manter o apoio da categoria para as eleições de 2022. No começo do ano, Bolsonaro reduziu impostos federais sobre o diesel para evitar uma nova greve dos caminhoneiros, parecida com a de 2018.
Embora tenha tentado segurar, inclusive com interferências na Petrobras, Bolsonaro avisou haver possibilidade de reajuste.
"Estamos há três meses sem reajustar o diesel. Vai ter um reajuste daqui a pouco. Não vai demorar. Agora, não posso fazer milagre", afirmou Bolsonaro, em conversa com apoiadores.
Se confirmada, essa será a terceira tentativa e a segunda manifestação efetiva dos caminhoneiros em 2021. A primeira tentativa foi em fevereiro, após os sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis. Por falta de adesão, a categoria desistiu de seguir em frente com a paralisação.
A segunda aconteceu entre os dias 8 e 11 de setembro deste ano. Caminhoneiros paralisaram algumas rodovias em manifestações a favor do governo Jair Bolsonaro. Após pedido de Bolsonaro, os manifestantes desbloquearam as pistas e recuaram os protestos.