O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na última segunda-feira (27), durante uma conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, que em breve o país terá um novo reajuste no preço do diesel.
“Pessoal está insatisfeito? Está. Inclusive estamos há três meses sem reajustar o diesel. Vai ter um reajuste daqui a pouco. Não vai demorar. Agora, não posso fazer milagre”, afirmou Bolsonaro.
O último reajuste do diesel foi anunciado pela Petrobras em 5 de julho . Na ocasião, houve um aumento de R$ 0,10 (3,7%), e o preço atingiu R$ 2,81 por litro nas refinarias.
Bolsonaro também voltou a culpar os impostos estaduais pelo preço dos combustíveis. Ele lembrou que, no início deste mês, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para exigir que o Congresso Nacional fixe, em um prazo de 120 dias, uma alíquota única do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis nos estados.
"A forte assimetria das alíquotas de ICMS enseja problemas que vão muito além da integridade do federalismo fiscal brasileiro, onerando sobretudo o consumidor final, que acaba penalizado com o alto custo gerado por alíquotas excessivas para combustíveis", dizia o texto enviado ao Supremo.
Vale lembrar que há quatro impostos que incidem sobre os combustíveis: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS). De acordo com um detalhamento disponibilizado pela Petrobras, referente ao período de 15 a 21 de agosto de 2021, os tributos federais cobrados sobre o diesel correspondiam a 6,9% do valor total do combustível. Já a porcentagem referente ao ICMS era de 15,9%.
Especialistas apontam, no entanto, que o aumento nos preços se dá por conta dos reajustes da Petrobras, que seguem o valor do petróleo no mercado internacional. Na última segunda, o presidente da companhia, general Joaquim Silva e Luna afirmou que a Petrobras recebe R$ 2,49 por litro do diesel. Isso significa que a parcela da empresa é de 52%, sendo os 48% restantes relativos a outros fatores do mercado, como impostos e margem de lucro das empresas.
Aumento do preço nas refinarias
Em uma coletiva de imprensa na segunda, o diretor-executivo de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, também afirmou que a empresa pode elevar os preços de combustíveis em suas refinarias. Segundo ele, os valores estão desafados ante o mercado internacional.
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que haja uma defasagem de 14% no diesel e de 10% na gasolina, segundo dados de fechamento da última sexta-feira (24).
Nesta terça-feira (28), os preços do petróleo voltaram a subir no mundo todo. A cotação do barril de petróleo tipo Brent, referência global, ultrapassou a marca de US$ 80 dólares - a maior em três anos .