Em solenidade alusiva aos 1000 dias do seu governo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os problemas econômicos enfrentados no seu governo, sobretudo a inflação no preço dos combustíveis, é uma realidade mundial e não acontece por 'maldade'. O presidente, entretanto, citou que "nada está tão ruim que não possa piorar".
Bolsonaro participou com diversos ministros do lançamento do programa Crédito Caixa Tem, que planeja conceder empréstimos de R$ 300 a R$ 1000 para cerca de 38 milhões de pessoas que recebiam o auxílio emergencial.
"Mas nós temos o percurso, temos muitos obstáculos. São intransponíveis? Não, mas depende do entendimento de cada um. Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4 ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é uma realidade. E tem um ditado que diz: "Nada está tão ruim que não possa piorar". Não queremos isso porque temos o coração aberto, e tem uma passagem bíblica que diz: "nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna", disse o presidente.
Em relação ao preço dos combustíveis, Bolsonaro ressaltou que não há muito o que se fazer em razão do arcabouço normativo que rege a atuação da Petrobras. O presidente relembrou quando, no início do ano, pressionou a estatal pelo aumento do preço da gasolina, o que levou à troca da presidência da empresa.
Segundo Bolsonaro, embora o grande acionista da empresa seja o governo federal, ele não possui o poder de decidir coisas dentro da empresa. O presidente lembrou que, no momento da troca de presidentes, a Petrobras perdeu "dezenas de bilhões de reais" em seu valor na Bolsa de Valores.
Durante seu discurso, Bolsonaro afirmou que os problemas econômicos são causados em decorrência da pandemia e que muitos países do mundo estão enfrentando problemas parecidos. O presidente citou, por exemplo, o Reino Unido, onde o preço do gás natural subiu 300%, e os Estados Unidos, onde o preço da gasolina aumentou em 40%.
"Mil dias de governo, com uma pandemia que muitos acham que o que acontece hoje em relação à economia, preço de combustíveis, entre outros problemas, está acontecendo porque eu sou o presidente e não pelo que passamos, estamos passando", afirmou Bolsonaro.
"Ninguém trabalha sob pressão. Trabalha com observações, como hoje estive com o ministro Bento, conversando sobre a nossa Petrobras, o que nós podemos fazer para diminuir o preço na ponta", afirmou.