O Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou a mineradora Vale a indenizar em R$ 100 mil um sobrevivente do desastre de Brumadinho (MG), em 25 de janeiro de 2019, que matou 270 pessoas.
O homem trabalhava no local durante o rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, mas conseguiu escapar do mar de lama. Na ação judicial, ele afirmou que chegou a temer pela própria vida, informa o UOL.
O motorista adicionou que precisou custear tratamento psicológico após testemunhar a morte de colegas e precisar lidar com traumas do ocorrido. Ele foi diagnosticado com estresse grave e transtorno de adaptação.
A Vale argumentou na Justiça que o homem, de Sarzedo (MG), a 20km do local do incidente, não conseguiu provar ter sofrido danos passíveis de indenização e que ele não era morador de Brumadinho. Além disso, disse que o homem voltou a trabalhar em 15 dias, o que provaria o bom estado psicológico.
A juíza da 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da comarca de Brumadinho, Renata Nascimento Borges, não concordou com as alegações da empresa.
"O dano alegado, nesta ação, não é somente aquele referente ao abalo à saúde metal, mas, também - e não se limitando a apenas isso, dada a extensão dos inúmeros efeitos negativos do rompimento -, pelo risco iminente de morte experienciado pelo autor, pois ele é um sobrevivente. Ora, a vida, sabidamente, é o bem mais precioso existente, e qualquer indivíduo temeria perdê-la, frente ao ocorrido", apontou a magistrada.
Até o momento, aproximadamente R$ 2 bilhões foram pagos em indenizações individuais, abrangendo mais de 11 mil pessoas, informa a Vale.