Estudo defende ainda que em caso de interrupção abrupta do benefício o Brasil observará aumento da desigualdade
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Estudo defende ainda que em caso de interrupção abrupta do benefício o Brasil observará aumento da desigualdade

O auxílio emergencial se mostrou o grande "amortecedor" da queda do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Os R$ 600 depositado a informais inscritos no CadÚnico permitiu que o tombo fosse de 'apenas' 4,1%. Um estudo do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), sediado na Universidade de São Paulo (FEA/USP), afirma que se o valor fosse de R$ 200, como propôs o governo federal, a queda do indicador seria entre 8,4% e 14,8%.

"Nossas simulações indicam que, com um gasto equivalente a 4,1% do PIB de 2020, o Auxílio foi responsável por evitar que nossa economia caísse entre 8,4% e 14,8% do ano passado", afirma a nota. 

Segundo dados do balanço da Caixa Econômica Federal, o governo pagou R$ 293,1 bilhões de auxílio a quase 68 milhões de pessoas em 2020. Na média, cada informal recebeu R$ 4,3 mil, o que daria US$ 813.

Os valores levam em conta todos os desembolsos realizados até o dia 9 de fevereiro de 2021, quando o auxílio foi interrompido. De acordo com a Caixa, o auxílio "foi a maior ação de transferência de renda já realizada no Brasil". 

Segundo o Made-USP, o consumo das famílias poderia ter diminuído entre 11 e 14,7% na ausência desse benefício, ao invés de sofrer a queda de 6% prevista atualmente, fazendo com que o auxílio fosse um "estabilizador". 

A instituição afirma ainda que em caso de interrupção abrupta do pagamento das parcelas, o Brasil pode observar um aumento nos índices de pobreza. Ontem (21), o ministro da Cidadania, João Roma, defendeu uma ideia similar à  prorrogação do benefício para 25 milhões de pessoas. 

"É possível concluir que, apesar da magnitude elevada de nossos gastos no combate à pandemia em proporção ao PIB – entre os vinte maiores do mundo, segundo o FMI – seus impactos macroeconômicos foram substantivos. Desta forma, a interrupção abrupta do benefício pode não apenas elevar indicadores de pobreza e desigualdade, como também prejudicar nossas perspectivas de retomada econômica em 2021", finaliza a nota.

Confira  aqui a íntegra do estudo "Quão mais fundo poderia ter sido esse poço? Analisando o efeito estabilizador do Auxílio Emergencial em 2020".

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