Uber prevê 1º lucro ajustado de sua história com recuperação de corridas
Emerson Alecrim
Uber prevê 1º lucro ajustado de sua história com recuperação de corridas

Nesta terça-feira (21), as ações da Uber Technologies registraram alta de mais de 12% na bolsa de Nova York. Tamanha movimentação entre investidores tem uma razão: a companhia anunciou que, mais cedo do que o esperado, deve registrar o seu primeiro lucro trimestral ajustado (basicamente, o valor que "sobra" quando descontadas as reservas financeiras legais e de contingência).

Do ponto de vista financeiro, a Uber já vem de um bom momento. Basta lembrarmos que, no segundo trimestre de 2021, a companhia registrou lucro de US$ 1,1 bilhão.

É verdade que, em contrapartida, a empresa obteve EBITDA — lucro antes de depreciação, amortização, impostos e juros — negativo em US$ 509 milhões no mesmo período. Apesar disso, a Uber manifestou, na ocasião, grande expectativa de obter rentabilidade por EBITDA ajustado até o final de 2021.

O otimismo foi mantido. Nesta terça-feira (21), a Uber declarou que espera encerrar o seu terceiro trimestre com um EBITDA ajustado entre prejuízo de US$ 25 milhões e lucro de US$ 25 milhões.

Em outras palavras, se a previsão for confirmada, a empresa poderá registrar prejuízo, mas esse número não será superior a US$ 25 milhões. Na estimativa anterior, a companhia previa um resultado negativo de até US$ 100 milhões.

Na outra ponta, a Uber pode registrar lucro, também de até US$ 25 milhões. Não é um valor muito alto se considerarmos o tamanho da companhia, mas esse montante representará o primeiro lucro ajustado da Uber.

As expectativas também são altas para o quarto trimestre de 2021. Para esse período, a Uber espera registrar um EBITDA ajustado de até US$ 100 milhões, embora ressalte que essa previsão é menos confiável.

Voltando ao terceiro trimestre, a Uber também declarou expectativa de registrar reservas brutas entre US$ 22,8 bilhões e US$ 23,2 bilhões contra a faixa entre US$ 22 bilhões e US$ 24 bilhões da previsão anterior.

Dara Khosrowshahi, CEO da companhia, dá a entender que os rumos favoráveis são efeito dos esforços da Uber para se recuperar das consequências da pandemia, que causou queda na quantidade de viagens em várias partes do mundo. Hoje, a demanda por viagens registra recuperação em praticamente todos os mercados.

"O que nós fizemos foi, logo no início, identificar nossa necessidade de trazer mais motoristas para a plataforma. Assim, no segundo semestre, seguimos por esse caminho, principalmente nos Estados Unidos. (...) Estamos vendo os benefícios desse investimento inicial agora, no terceiro trimestre".

No Brasil, motoristas se queixam de viagens que não compensam

O clima pode ser favorável para acionistas da Uber, mas o mesmo otimismo não é notado por passageiros e motoristas parceiros em determinados mercados. No Brasil, por exemplo, muitos usuários se queixam da dificuldade de conseguir corridas nas primeiras tentativas.

Essa é uma consequência de um outro problema: motoristas da Uber relatam que os custos de rodagem estão elevados e, por isso, priorizam as viagens que consideram rentáveis. A situação não poderia ser outra: é grande o número de usuários que enfrentam um longo tempo de espera até conseguir um carro.

O preço elevado do combustível é a principal dificuldade apontada pelos motoristas, mas não a única. Corridas promocionais (como UberX Promo) e insegurança estão entre os outros fatores relatados.

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