O Magazine Luiza anunciou nesta terça-feira (21) a abertura de inscrições para o seu segundo programa de trainees esclusivo para profissionais negros.
Em busca de uma forma de aumentar o número de empregados pretos e pardos em posições de liderança, a companhia resolveu repetir a exclusividade para pessoas negras na edição deste ano de seu programa de trainees.
No ano passado, esse formato gerou muitos elogios e também críticas. A empresa recebeu mais de 22 mil inscrições e contratou 19 trainees, quase o dobro do plano inicial de dez vagas.
Em um comunicado, a diretora executiva de Gestão de Pessoas do Magalu, Patricia Pugas, afirmou que a intenção da iniciativa é aproximar o perfil étnico dos ocupantes de cargos de gerência para cima ao da demografia brasleira.
Enquanto 56% da população se declara preta ou parda, segundo o IBGE, o Magalu tem 51,8% de funcionários negros. No entanto, segundo um levantamento interno feito este ano, essa proporção é de 41,5% nas posições de coordenação.
Quando são considerados cargos de liderança na área corporativa, a parcela de negros é ainda menor: 21% dos líderes nos escritórios do Magalu. Para mudar isso, segundo a empresa, a estratégia escolhida foi a formação de novos executivos. Foram estabelecidas metas interas de contratação de negros e uma política de promoção que incentive a diversidade nos cargos.
“Nossa intenção é que tanto o quadro geral de colaboradores quanto o de liderança da companhia reflitam a composição racial do país, e um único programa exclusivo para negros não seria suficiente para atingirmos o objetivo”, afirmou Patricia. Pugas “Diversidade é um valor e é estratégico para o Magalu.
Repetindo os critérios do ano passado, poderão participar este ano da deleção universitários e recém-formados de nível superior de todo o Brasil — desde que dispostos a se mudarem para São Paulo, sede da empresa. O objetivo é recrutar profissionais em início de carreira. Portanto só serão aceitos os formados entre dezembro de 2018 e dezembro de 2021, em qualquer curso superior.
Segundo a empresa, fluência em língua inglesa, experiência profissional anterior, idade ou reputação da instituição de ensino em que estudaram os candidatos não influenciarão os critérios de escolha. Esses são alguns dos fatores que, segundo especialistas em Recursos Humanos, deixam em desvantagem jovens negros em seleções sem critério racial.
O processo seletivo será feito em seis etapas, de testes on-line a entrevistas com a diretoria executiva. Os finalistas terão, na última etapa, uma conversa com Frederico Trajano, presidente da empresa.