O orçamento previsto para o Bolsa Família em 2021 apresentou uma folga de R$ 2 bilhões. Esse dinheiro deve ser repassado pelo Ministério da Cidadania para governadores e prefeitos investirem em projetos sociais locais, informa a colunista Malu Gaspar.
O excedente surgiu porque muitos beneficiários preferiram optar pelo auxílio emergencial em detrimento do Bolsa Família, já que o programa paga R$ 189, em média, e o auxílio pode chegar a R$ 375, sendo que já foi de R$ 600.
Em tese, os governadores e prefeitos deveriam usar a verba em projetos sociais, mas a lei permite que invistam em medidas eleitoreiras como construção de quadras de esporte e outras despesas que nada tem a ver com assistência social.
A Câmara dos Deputados ainda precisa aprovar o remanejo da verba, mas, para isso, existem dois projetos enviados pelo ministro João Roma. Um deles deixa a cargo exclusivo de Roma a decisão sobre o destino das verbas, o que poderia beneficiá-lo, já que é possível candidato ao governo da Bahia em 2022.
O texto deveria ser votado nesta terça-feira na Comissão Mista de Orçamento, mas a falta de acordo entre os partidos fez com que a sessão fosse suspensa. A oposição vai dificultar o repasse do montante em ano eleitoral.