O consumo das famílias permaneceu estável no segundo trimestre de 2021, em comparação com os três primeiros meses do ano. Principal motor da economia no Brasil, ele continua 3% abaixo do período pré-pandemia, o que contribuiu para a contração do Produto Interno Bruto (PIB).
Na manhã desta quarta-feira (1), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB teve uma variação negativa de 0,1% entre os meses de abril e junho deste ano. O desempenho veio abaixo da expectativa do mercado, sobretudo, devido à queda da atividade econômica.
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Segundo Rebeca Palis, coordenadora de contas nacionais do IBGE, o auxílio emergencial compensou, em parte, a tendência negativa do consumo. Mas, ainda assim, a alta da inflação e as taxas de juros crescentes pesaram no bolso das famílias brasileiras.
"Os programas de auxílio do governo ajudam, e o cenário do emprego melhorou. Mas o efeito no PIB é muito mais pela massa salarial real. É o que as famílias vão utilizar, além das transferências do governo para fazer o consumo". explica Rebeca.
Outros fatores que prejudicam o avanço da economia são o aumento nos preços dos combustíveis e a crise hídrica. "Tudo isso influencia o consumo das famílias, que ainda não voltou ao patamar pré-pandemia e a atividade de serviços também", destaca a coordenadora.
Os serviços, que respondem por cerca de 70% do PIB, estão 0,9% abaixo do período pré-pandemia, apesar da alta de 0,7% nos últimos três meses. Já a agropecuária - pouco impactada pelo surto sanitário - está 3,3% acima, mas recuou 2,8% no segundo trimestre de 2021. A indústria, por sua vez, que cresceu em 1,6% desde o início da quarentena, retraiu 0,2%.