O senador Confúcio Moura é relator da minirreforma trabalhista
Reprodução da TV Senado
O senador Confúcio Moura é relator da minirreforma trabalhista

O relator da MP 1.045 no Senado, Confúcio Moura (MDB-RO), disse que o texto da proposta ficará pronto até terça-feira (31) e a matéria poderá ser votada na quarta-feira (01). A informação foi divulgada pela jornalista Carla Araújo do UOL e confirmada pelo iG. 

Segundo Moura, o projeto poderá ser levado ao plenário nesta semana, mas a decisão depende do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Ele ressaltou a ajuda da consultoria do Senado e assessores para agilizar a entrega do relatório. 

"Caso o presidente do Senado (Rodrigo Pacheco) desejar prorrogar por mais um dia, é a critério da presidência. Da minha parte estou fechado, estudando, estarei com relatório pronto na quarta-feira", disse Moura à jornalista.

A 'minirreforma' trabalhista precisa ser votada até 7 de setembro, caso contrário ela perde validade. Nos bastidores, senadores davam como certo a possibilidade de atraso na votação e inviabilidade da proposta. No entanto, o cenário mudou nos últimos dias, com a pressão do Palácio do Planalto para colocar a matéria em votação. 

A proposta, elaborada pelo Ministério da Economia em 2020, visa reduzir o desemprego em meio à pandemia de Covid-19. Enquanto empresários reduzem salários e jornada de trabalho de seus funcionários, o governo federal paga parte dos vencimentos dos trabalhadores cadastrados. 

A nova versão da MP 1.045 ainda traz a criação do Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego (Priore) para estimular a contração de jovens entre 18 anos e 29 anos e de pessoas acima de 55 anos de idade, com menos direitos trabalhistas, como FGTS com alíquota reduzida e 13º proporcional. Os empregados terão sua carteira assinada, entretanto, os vencimentos serão inferiores a um salário mínimo (R$ 1.100), além de uma ajuda financeira de R$ 275.

O texto também apresenta a criação do Regime Especial de Qualificação e Inclusão Produtiva (Requip), programa destinado a jovens entre 16 e 29 anos, que receberão um Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) no valor de R$ 550. A proposta, no entanto, não prevê contribuições previdenciárias, recolhimento de FGTS e carteira assinada.

Reclamação da oposição e entidades

Entidades e partidos de oposição se posicionaram contra a MP 1.045 e tentam alternativas para barrar a proposta. Segundo a líder do PSOL, deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), o texto propõe uma nova reforma trabalhista.

"Serão aprovados, se o voto da maioria for a favor da matéria, dois programas que supostamente se destinam à geração de emprego e renda. No fundo, eles servirão para precarizar a vida do trabalhador, para jogar a CLT no lixo", disse. 

A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP) ressaltou que 4 artigos (89, 90, 91 e 93), não têm qualquer relação com a medida provisória original. O 89, por exemplo, dificulta o acesso à Justiça gratuita.

"A proposta trouxe de modo inadvertido e perigoso, gravíssimas restrições ao acesso à Justiça gratuita, sem qualquer fundamentação idônea e sem ser objeto de debate ou emenda parlamentar. E tudo isso enquanto congressistas discutiam alterações das regras trabalhistas" afirmou a presidente da Anadep, Rivana Ricarte.

A MP limita o acesso à justiça gratuita para pessoas com renda per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos (R$3.300,00).

Segundo Rivana Ricarte, a forma como foram inseridas as restrições ao acesso à justiça ofendem o disposto na Constituição Federal. Já em relação à concessão da gratuidade de justiça prevista no Código de Processo Civil, a presidente da Anadep explica que a vedação é clara e direta.

"Com relação à Defensoria Pública, a vedação decorrente do art. 134 da Constituição Federal que dispõe ser o serviço da Defensoria Pública regulamentado por lei complementar, garantida a autonomia administrativa da instituição".

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