O ministro da Economia, Paulo Guedes, concedeu entrevista ao jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (16) e alertou que caso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê o parcelamento de precatórios não passe no Congresso, o pagamento de salários do funcionalismo pode estar comprometido.
O ministro negou também que a verba seja destinada ao Programa Bolsa Família. Um estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI) mostrou que o espaço aberto no Orçamento será de R$ 32,4 bilhões a R$ 47,4 bilhões em 2022 , diferente dos R$ 33,5 apresentados pelo secretário de Orçamento e Tesouro, Bruno Funchal
“O espaço que eu tenho neste ano, entre despesas obrigatórias e o teto de gastos, é de R$ 96 bilhões. Pegaram despesa de precatório de R$ 55 bilhões em 2021 e passaram para R$ 90 bilhões em 2022. Sem a solução que estamos propondo, ninguém recebe salário no setor público, nem ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto, não se trata de acomodar despesas para pagar o novo Bolsa Família”, afirmou Guedes.
O ministro demonstrou preocupação com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e prometeu que sua meta é cumpri-la. Além disso, afastou a ideia que a manobra seja um "calote" do governo. “Demos previsibilidade para garantir o recebimento dos precatórios a quem tem esse direito”, disse.
Em entrevista no início do mês, mencionou que o governo " dormiu no ponto " ao não observar o crescimento do que chamou de "crescimento da indústria dos precatórios". Para ele, faltou diálogo com estados e municípios a fim de saber quanto precisaria ser pago em dívidas judiciais neste ano.