Câmara dos Deputados deve votar MP que privatiza Correios até o fim deste mês
Redação 1Bilhão Educação Financeira
Câmara dos Deputados deve votar MP que privatiza Correios até o fim deste mês

Funcionários dos Correios organizam um movimento contra a privatização da estatal nesta quinta-feira (05), às 15 horas, em frente ao Congresso Nacional. A manifestação é motivada pela possibilidade de privatização da empresa de telégrafos, que, por enquanto, tem forte apoio entre os congressistas. 

O secretário de Comunicação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), Émerson Marinho, informou a jornalista Carla Araújo, do UOL, que tenta evitar a privatização da matéria por meio do Supremo Tribunal Federal e não descartou a possibilidade de greve. 

"Eles estão querendo passar a boiada. Nosso advogado pretende despachar com a ministra Cármen Lúcia, do STF, para defender a ilegalidade deste projeto de lei", disse Marinho. 

"Se resolverem pautar para a semana que vem os dirigentes de todo o país pretendem fazer caravanas até Brasília", concluiu. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), pretende colocar o texto da medida provisória em votação até o fim deste mês. A matéria é tratada pelo Palácio do Planalto e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro como prioritária no segundo semestre. 

A tentativa do governo é colocar os Correios e a Eletrobras à venda até o fim do primeiro semestre de 2022. Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, a privatização da empresa de telégrafos irá contribuir para maior agilidade em entregas e beneficiará pequenas e médias empresas. 

"Esperamos ter os ativos disponíveis para realizar as operações no primeiro semestre do ano que vem. O principal beneficiado com a privatização dos Correios é a pequena e média empresa que vende por comércio eletrônico", disse Montezano, em palestra realizada pela TAG Investimentos. 

A oposição, no entanto, tenta barrar o projeto na Câmara dos Deputados. Segundo os partidos, o projeto vai contra a Constituição Federal, que prevê responsabilidade da União na entrega de correspondências no país. 

A venda dos Correios faz parte da agenda econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tenta, segundo o governo, melhorar a eficiência do gasto público e desafogar os cofres. Além da empresa de telégrafos, o governo federal mandou para o Congresso a MP que privatiza da Eletrobras. A proposta foi aprovada por deputados e senadores, e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.  

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