O secretário de política econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que o governo deve “robustecer” programas sociais por causa do avanço da pobreza durante a pandemia, mas não se pode descuidar da parte fiscal da economia, gastando demais com a ação.
"Não adianta você criar um programa social e degringolar o lado fiscal da economia. O que nós temos que fazer é gastar melhor. Não é gastar mais, é gastar melhor", afirmou em entrevista à Rádio Jovem Pan .
A declaração foi uma resposta ao questionamento sobre as ações do governo diante do aumento da pobreza no país. Como a reportagem já mostrou, após pressão do Congresso, o governo avalia a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial e adiar a reforma do Bolsa Família, inicialmente prevista para agosto.
O próprio ministro Paulo Guedes já sinalizou nesta semana que a evolução da pandemia será determinante para a prorrogação ou não do auxílio emergencial.
Sachsida reconheceu que a pandemia aumentou a pobreza no país, e que a solução para isso passa por repaginar os programas sociais do país. No caso do Bolsa Família, é o Ministério da Cidadania que está a frente do processo.
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"Nós temos uma série de programas extremamente ineficientes. Esses programas precisam ser redirecionados para robustecer um programa social muito mais eficiente e que enderece corretamente a nova realidade decorrente da pandemia que, teve esse choque negativo sobre a pobreza da população", afirmou o secretário.
No ano passado, a equipe econômica propôs a reformulação do Bolsa Família para uma programa chamado Renda Brasil, que usaria recursos de programas considerados ineficientes, como o seguro defeso e abono salarial, para ampliar o rol de beneficiários. A ideia não foi adiante e recebeu críticas do presidente Jair Bolsonaro, que disse que era inviável “tirar do pobre para dar ao paupérrimo”.
A equipe econômica também sugeriu a reformulação para o Renda Cidadã, que usaria recursos de precatórios e Fundeb para ampliar a transferência de renda. Mais uma vez, a ideia não avançou e o presidente Bolsonaro afirmou que seu governo só trabalharia com o Bolsa Família.