O ministro da Economia, Paulo Guedes, almoçou nesta terça-feira (25) em São Paulo com representantes do Instituto Unidos pelo Brasil e foi cobrado pelos empresários para que o governo tenha ousadia na reforma administrativa . O ministro ouviu dos empresários que é preciso fazer uma 'cirurgia de grande porte no Estado brasileiro', beneficiando os 90% da população, que 'puxam a carroça da economia', em detrimento dos 10% de funcionários públicos, que recebem altos salários.
Os empresários reforçaram junto ao ministro de que a lógica de que não se faz reforma administrativa em ano eleitoral já está ultrapassada. O grupo era formado por parte do empresariado que apoia o governo Bolsonaro.
"É preciso uma cirurgia de grande porte no Estado. A lógica de que não se faz reforma administrativa em ano eleitoral está ultrapassada e, ao contrário, é uma boa estratégia política para beneficiar quem "puxa a carroça" da economia e paga as contas do país, que são os 90% da população", disse Flavio Rocha, presidente do Conselho da Guararapes/Riachuelo, que participou do almoço.
Os empresários pediram a Guedes que o governo seja 'corajoso' como foi na reforma trabalhista , quando se esperavam mudanças pontuais nas leis, mas que acabaram resultando numa ampla reforma de mais de 200 dispositivos, inclusive constitucionais.
"Por isso, é preciso encorajar o relator da reforma administrativa a ousar", disse Rocha.
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Na segunda-feira (24), o deputado Darci de Matos (PSD-SC), relator da reforma administrativa,
apresentou uma mudança em seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, prevendo a supressão de novos itens na proposta do Executivo
. Nas alterações, Matos sugere que sejam suprimidos do texto todos os novos princípios da administração pública previstos pelo governo: “imparcialidade”, “transparência, inovação, responsabilidade, unidade, coordenação, boa governança pública” e “subsidiariedade”.
Rocha disse que o ministro destacou durante o encontro que a economia vem se recuperando num ritmo mais forte do que se esperava. Lembrou que vários bancos revisaram para cima suas projeções para o PIB este ano, que estão mais próximas de 4% do que 3%, como anteriormente. Guedes se mostrou bastante otimista com o ritmo de recuperação da economia, e avaliou positivamente as notícias de que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca/Oxford, que estão sendo aplicadas nos brasileiros, se mostraram eficazes contra a nova cepa indiana do vírus da Covid-19.
Além de Flavio Rocha, participaram do almoço Rubens Menin, presidente do Conselho da MRV, José Auriemo - presidente do Conselho da JHSF, e Urubatan Helou, presidente da Bras Press, além de Marly Parra, vice-presidente do Instituto Unidos Brasil, além de assessores do ministro.