O ministro da Economia , Paulo Guedes , afirmou nesta terça-feira (27) que não foi a pandemia que tirou a capacidade de atendimento do setor público, mas sim "o avanço na medicina " e "o direito à vida''.
"Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130 ", disse. Segundo ele, "não há capacidade de investimento para que o Estado consiga acompanhar" a busca por atendimento médico crescente.
De acordo com o ministro, o Estado "quebrou" e, diante da escassez de recursos do sistema de Saúde , o setor público não terá capacidade de atender à demanda crescente por atendimento da população.
Desde 1940, a expectativa de vida do brasieliro médio só vinha aumentando, ano após ano. Dos anos 40 para 2019, houve um acréscimo de de 31,1 anos de vida para alguém que nascesse no Brasil, e o número passou de 45,5 anos para 76,6.
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Em 2020, com a pandemia e as mais de 2 mil mortes diárias , o tempo estimado de vida após o nascer foi de 75,4 anos em 2020, um ano a menos que no período anterior.
Finanças públicas
Em fevereiro de 2020, um mês antes da crise sanitária se instalar no Brasil, um estudo da Secretaria do Tesouro Nacional já apontava a necessidade de gastos adicionais em saúde entre 2020 e 2027 devido ao envelhecimento populacional.
"Há uma forte pressão para elevação das despesas [em saúde] em decorrência do processo de envelhecimento da população, dado que a população de maior idade demanda proporcionalmente mais serviços de saúde", avaliou a instituição.
No ano pré-pandemia, a regra do teto de gastos impediu um aumento das despesas na área de saúde. Em 2019, R$ 9,05 bilhões deixaram de ser empenhados para essas despesas, de acordo com o Tesouro Nacional.
Com a eclosão da pandemia no início de 2020, foram gastos R$ 42,7 bilhões a mais no setor. Em 2021, o governo vem liberando gastos pontuais por meio de créditos extraordinários.
A regra do teto de gastos vale por 20 anos, e pode ser reavaliado a partir de 2026.