O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu a flexibilização dos acordos comerciais do Mercosul e a redução da tarifa comum do bloco. A avaliação é de que o bloco precisa ser reavaliado para que continue sendo um veículo interessante para seus países-membros.
"Nós gostaríamos de, numa primeira dimensão, flexibilizar os acordos comerciais. Deixar com que um membro consiga ter acordos comerciais como se fosse um pioneiro. Se for bom, o grupo avança", afirmou em sessão especial do Senado sobre os 30 anos do Mercosul.
Guedes diz que se o objetivo do Mercosul foi facilitar o comércio, não pode se tornar um acordo limitador. O ministro diz que o Brasil também sugere a redução da tarifa externa comum (TEC) , reconhecendo que outros países não avaliam ser o melhor momento para essa alteração.
"Nós achamos que é importante reduzirmos e fizemos a proposta para reduzir apenas 10%. Isso não machuca ninguém, é só para manter aquecido", declarou.
Na próxima semana, ministros da Economia e Relações Exteriores se reunirão para discutir a TEC.
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Guedes ponderou sobre a importância do bloco, como no acordo Mercosul-União Europeia e até mesmo para impulsionar o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) , mas ressaltou que ela não pode encapsular o país.
"Essa grande ferramenta, que foi criada como uma avenida para globalização e integração competitiva, e acabou virando uma bolha que nos isolou de um comércio mais amplo", afirmou, acrescentando que o bloco funcionou bem nos seus dez primeiros anos, mas acabou se atrofiando.
Para ele, é preciso permitir que os países avancem em ritmos diferentes, e destacou que o Brasil quer negociar isoladamente com Canadá, Japão e Coreia do Sul.