Roberto Campos Neto e Paulo Guedes
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 13.3.19
Roberto Campos Neto e Paulo Guedes


O Banco Central (BC) projeta que o nível de proteção em relação a óbitos após a segundo dose da vacina contra a Covid-19 chega a 90%. O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, defendeu que avançar na vacinação é a variável mais importante a reabertura da economia, que pode ocorrer no segundo semestre se o Brasil manter o ritmo atual.

Campos Neto apresentou a projeção feita pelo BC durante um evento da Abfintechs, nesta quinta-feira. O BC considerou as doses de vacina contratadas e garantidas pelo Ministério da Saúde e levou em conta o cronograma de vacinação, em termos de grupos vulneráveis e faixa etária.

Com isso, estabeleceu duas curvas de proteção contra mortes causadas pela doença, considerando o número de doses aplicadas e comparando com um cenário sem vacinação.

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"A primeira dose você tem uma curva que chega a 80%, dependendo do tempo, e a segunda chega perto de 90%", declarou Campos Neto, embora o gráfico que ele mostrava na apresentação não alcançasse tais marcas.

Esse exercício permitiu que o BC estimasse uma data de reabertura da economia, considerando que a vacinação no Brasil começou a ganhar uma velocidade maior.

"O que esse gráfico nos permite dizer, obviamente ainda com um grau de incerteza, é que no segundo semestre a gente vai estar em uma situação de reabertura da economia", disse, ressaltando que o gráfico trabalhou com projeções até 1.º de julho.

Campos Neto reconheceu que a segunda onda da Covid-19 no Brasil, com novas variantes do vírus, provocou um aumento no número de mortes, que exige aceleração da vacinação para conter os danos à economia.

"A gente consegue ver alguns países mais avançados em vacinação, principalmente os menores e os Estados Unidos, que você já tem uma queda grande principalmente no número de casos. O Brasil tem avançado bastante (na vacinação) e a gente entende que essa é a variável mais importante no curto prazo para determinar a reabertura da economia", afirmou.

Uma perspectiva aventada pelo presidente do BC para acelerar a vacinação é a redistribuição das sobras de doses de outros países, que contrataram um número superior ao da própria população.

"Alguns países têm muito mais doses contratadas do que é necessário. Então, em algum momento nesse processo de vacinação, a gente vai ver uma sobra grande, que vai acabar sendo redistribuída. A gente já está vendo isso com a expectativa de que isso aconteça com as doses que estão sobrando nos Estados Unidos", disse.

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