O presidente Jair Bolsonaro anunciou no fim de manhã desta quarta-feira (31) a volta do auxílio emergencial, que acontecerá na próxima terça-feira, 6 de abril, após se reunir com o ministro da Cidadania, João Roma, e com os representantes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.
Bolsonaro detalhou rapidamente o novo auxílio emergencial e falou sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil, defendendo que os brasileiros voltem a trabalhar e citando o aumento da fome e o temor por graves problemas sociais no País.
Como esperado, os pagamentos do novo auxílio serão feitos em quatro parcelas, de abril a julho , e os beneficiários poderão consultar, a partir desta quinta, 1º de abril, se receberão a nova rodada. O número de beneficiários em relação ao ano passado foi reduzido de mais de 65 milhões para 46,6 milhões de brasileiros.
O ministro da Cidadania confirmou que os novos pagamentos do auxílio terão o valor médio de R$ 250 , com diferenças para famílias comandadas por mulheres que criam filhos sozinhas, que receberão R$ 375, e para pessoas que moram sozinhas, que terão direito ao menor valor, R$ 150. Em 2020, o auxílio começou em R$ 600 (R$ 1.200 para mães solteiras) e depois foi cortado pela metade, a R$ 300 (R$ 600 para mães chefes de famílias). Neste ano, o valor será ainda menor, embora a crise provocada pela pandemia tenha se agravado.
A consulta do benefício será feita pela página da Dataprev . "A previsão informada pela Dataprev é de que o primeiro processamento será finalizado até o fim de março. Dessa forma, a estimativa é de que, a partir do dia 1º de abril, cada cidadão possa verificar o resultado no Portal de Consultas da Dataprev: https://consultaauxilio.dataprev.gov.br/consulta/#/ ", informa o Ministério da Cidadania em seu site.
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Bolsonaro fez questão de lembrar que o pagamento do auxílio é mais um endividamento da União. "Não é dinheiro que estava no cofre. É uma conta que fica para nós e para gerações futuras também", disse. "O governo sabe que não pode continuar por muito tempo com esse auxílio, que custa para toda a população e pode desequilibrar nossa economia", completou.
Também presente no rápido anúncio do governo, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães , detalhou a organização dos futuros pagamentos, feitos pelo banco público. "Pagamentos primeiro nas contas digitais, que já estão abertas, e só depois a liberação de saques", assim como aconteceu no ano passado. Segundo ele, "a expectativa é que metade dos beneficiários nem precise sacar, já use o dinheiro digitalmente por estarem bancarizados. A ideia é minimizar as filas e pagar o mais rápido possível, com menos aglomerações", disse.
No ano passado, agências da Caixa de todo o país tiveram registros de longas filas e problemas de organização, que foram atenuados ao longo do ano. O presidente do banco estatal disse que, com a bancarização promovida pelos pagamentos do ano passado, com o aplicativo Caixa Tem sendo muito usado pelos brasileiros mais pobres, a expectativa é conseguir diminuir significativamente as filas e aglomerações .
Detalhes do novo auxílio emergencial
Valor do benefício:
- R$ 150 para quem mora sozinho;
- R$ 250 para famílias com mais de uma pessoa e que não são chefiadas por mulheres; e
- R$ 375 para famílias chefiadas por mulheres.
Quem recebe:
- Podem receber o novo auxílio as famílias com renda por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 550) e renda mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.300). Será pago apenas um benefício por família; e
- Para beneficiários do programa Bolsa Família, valerá o benefício de maior valor, como em 2020.