O governo escolheu o atual secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp , para a presidência da Eletrobras . Ele substituirá Wilson Ferreira Júnior, que anunciou a sua saída do cargo no dia 24 de janeiro, insatisfeito com o andamento do processo de privatização da estatal.
Apesar de a Eletrobras ter contratado uma consultoria especialista em recrutamento de executivos, o governo escolheu Limp fora do processo seletivo. A consultoria chegou a entrevistar nomes e entregá-los ao governo, que preferiu indicar o secretário do MME.
"Não obstante, ele foi avaliado e recomendado pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração, entrevistado e aprovado, por maioria, pelo Conselho de Administração, e atende aos requisitos legais e de qualificação técnica necessários para o cargo", informou em nota a Eletrobras.
Limp foi diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel ) entre maio de 2018 e março de 2020. Formado em direito e engenharia elétrica, com mestrado em Economia do Setor Público, ele foi consultor do Senado.
"A indicação reafirma o compromisso do governo na continuidade das ações visando ao aumento da eficiência operacional e ao aprimoramento da estratégia de sustentabilidade da Eletrobras, observando que o processo de capitalização , em tramitação no Congresso Nacional, é essencial para que a empresa se torne mais forte e competitiva; contribuindo para gerar emprego e renda à população brasileira; e proporcionando menores custos e melhores serviços aos consumidores de energia elétrica", diz a nota.
Wilson Ferreira irá para a BR Distribuidora. Depois da sua saída, o governo entregou em fevereiro ao Congresso uma medida provisória (MP) que busca acelerar a privatização da Eletrobras .
A entrega foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro — que foi a pé do Palácio do Planalto para o Congresso — pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, entre outros membros do governo.
Naquela semana, Bolsonaro causou quedas expressivas nas ações da Petrobras e da Eletrobras ao sugerir e anunciar interferências no comando das duas estatais. No caso da Eletrobras, o presidente disse que o governo ia "meter o dedo na energia elétrica", sem esclarecer o que faria.
O documento foi entregue aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).