O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (15) que a alta dos preços de alimentos no Brasil é culpa das políticas de isolamento e distanciamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus. Em um ano, a inflação dos gêneros alimentícios ficou em 15%, mais de três vezes acima do índice oficial do país.
"A política do ' fique em casa ', feche tudo e destruir [sic] milhões de empregos... a consequência está aí", afirmou Bolsonaro diante de apoiadores no jardim do Palácio do Alvorada. "Agora, todo mundo é responsável... agora quem está com essa política excessiva do 'fique em casa'? Não sou eu."
Nos últimos dias, Bolsonaro tem se posicionado sobre a alta dos preços dos alimentos, reclamando pela culpa estar sendo atribuída ao governo. Segundo ele, a culpa seria do isolamento social , e, indiretamente, de governadores e prefeitos que endureceram as medidas buscando minimizar os impactos da pandemia.
"Imagina se o homem do campo estivesse em casa. Não teria alimento para ninguém", disse Bolsonaro após um apoiador perguntar se, assim como vem acontecendo com o combustível , o presidente vai defender publicamente a redução de preços, diante da alta expressiva recente. "Fique tranquilo, vamos chegar a um bom termo", respondeu.
"Quer dizer: eu baixei o imposto para ficar mais barato o diesel, o gás de cozinha, e 19 governadores querem que vocês continuem pagando alto o diesel e o gás de cozinha", reclamou Bolsonaro, antes de ser questionado sobre os alimentos, assunto que motivou a mudança de tom, com o presidente passando a culpar o isolamento social pelos altos preços.