Nesta segunda-feira (22) o risco de intervencionismo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas estatais derrubou a bolsa de valores , que teve seu pior desempenho desde abril de 2020 . As três principais ações estatais do País (Petrobrás, Banco do Brasil e Eletrobrás) perderam R$ 113,2 bilhões em dois dias. Só na Petrobrás (incluindo a BR Distribuidora) a queda foi de R$ 99,6 bilhões. Os papéis da empresa, que já tinham caído quase 8% na sexta-feira (19), despencaram 20,48% (ON) ontem.
Já o Banco do Brasil registrou queda de mais de 11%, esse percentual significa perda de R$ 10,5 bilhões em valor de mercado. A queda se deu mediante temor de uma possível interferência de Bolsonaro na companhia. O medo vem na esteira da troca no comando da Petrobras.
No fim de semana, o presidente afirmou que tem de trocar "novas peças" que não "estejam dando certo", sinalizando futuras trocas, após indicar o general da reserva Joaquim Silva e Luna no lugar de Roberto Castello Branco para comandar a Petrobras.
Bolsonaro em janeiro criticou o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, pelo fechamento de 112 agências e por um programa de demissão de até 5 mil funcionários. Brandão alegou ser “falha na comunicação” e desviou a possibilidade de afastamento. Na ocasião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, convenceu o chefe a manter Brandão no posto.
Além disso, Bolsonaro insinuou que “ meteria o dedo ” na cobrança da energia elétrica. Suas falas serviram de combustível para a derrocada das ações estatais na bolsa de ontem, como por exemplo:
- Petr4: -21,53%
- Petr3: -20,48%
- BBAS3: -11,65%
Já os ativos ELET3 e ELET6, da Eletrobras, após chegarem a despencar quase 10% no dia, diminuíram fortemente as quedas, com os investidores vendo um menor risco de uma intervenção direta nas elétricas, e fecharam o dia com -0,69% e 0,17% de variação negativa, respectivamente. A perda de valor de mercado da companhia foi de R$ 900 milhões.