No pré-mercado da bolsa
de Nova York desta segunda-feira (22) as ações da Petrobras
registram queda de 16,42% às 8:30. A ingerência do presidente Bolsonaro
(sem partido) na troca do comando
da estatal gerou reações negativas no mercado internacional, indicando dia turbulento para os acionistas da companhia.
Na sexta-feira (19), Bolsonaro indicou o ex-presidente da Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna , para o comando da estatal, no lugar de Roberto Castello Branco.
Ainda na sexta-feira, mediante declarações do presidente, mas antes mesmo da troca efetiva, as ações preferenciais da Petrobras caíram 6% e as ordinárias 7,5%. A queda fez a companhia perder num único dia R$ 28 bilhões em valor de mercado.
Em entevista ao Estadão, o ex-secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, considerou a decisão "lastimável". O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco tuitou: "Boa tarde, Venezuela".
A troca do comando e o pré-mercado das bolsas internacionais indicam novo tombo nessa segunda. A corretora de investimentos XP trocou a recomendação de "neutro" para "venda", além de rebaixar o valuation (preço-alvo) de R$ 32 para R$ 24.
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"Acreditamos que as ações deverão daqui em diante negociar com um desconto mais alto em relação ao histórico e a outras petroleiras globais", destacaram os analistas da XP, citando "riscos para a independência de gestão da Petrobras" e dúvidas sobre a manutenção da política de preços de combustíveis em linha com referências internacionais de preços.
Para que a troca na presidência da Petrobras seja concretizada, a indicação ainda precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras, que tem reunião prevista para esta terça-feira (23).
Bolsonaro prometeu mais mudanças para esta semana, e disse que também " vai meter o dedo na energia elétrica ".