Nesta quinta-feira (18), o empresário do ramo de turismo Marcos Arbaitman foi o entrevistado da live do Brasil Econômico Ao Vivo . Durante a entrevista, o Arbaitman tratou do ramo durante a pandemia e suas perspectivas para o futuro. Otimista, ele prevê recuperação de “100% no turismo doméstico até maio”.
Sendo um dos setores mais afetados pela crise da Covid-19 , o turismo operou, desde março, com receita zero, conta o empresário.
Em novembro de 2020, entretanto, “houve uma pequena recuperação no turismo e nas viagens domésticas com a reabertura dos aeroportos”.
“Dezembro foi melhor, chegamos a fazer 28% [das viagens] que fazíamos no ano anterior, quando não havia pandemia”, conta. E completa: “Vamos fechar fevereiro com 40% do que fizemos em fevereiro do ano passado”.
Segundo Arbaitman, suas companhias de viagens e lazer conseguiram se manter durante os meses de “renda zero” porque criaram um fundo ao longo dos anos de exercício. Houve ofertas de crédito por parte dos bancos e do próprio governo, mas optou-se por deixar esta alternativa para as empresas mais novas, conta Arbaitman.
“No Brasil, ainda não se tem consciência de que o turismo pode ser a primeira ou segunda riqueza do país”, opina.
Ação do governo
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De acordo com o empresário, o governo federal não prestou assistência alguma ao setor. Para comparação, os EUA investiram, a fundo perdido, U$1 bilhão e 900 milhões de dólares nas empresas aéreas para não quebrarem. Se quebrassem, não haveria transporte nenhum nos Estados Unidos, não só no turismo”.
Arbaitman conta que “o ministro [da economia] Paulo Guedes prometeu R$2 bilhões para a Gol, Latam e Azul. Depois de 12 meses, as três empresas desistiram de receber o empréstimo. Não deu em nada”.
“O governo tem que estimular toda a cadeia de trabalho do turismo. Não as agências de viagens, elas são a última escala. Mas tem que beneficiar as companhias aéreas, as rodoviárias, os cruzeiros marítimos, a hotelaria, parques turísticos, museus… Tudo isso são fontes de atração inesgotáveis”, acrescenta.
Viagens domésticas
O empresário ainda revelou um novo movimento no turismo brasileiro. Todas as empresas européias e americanas deixaram de voar pro Brasil e para a América do Sul, num geral. O turismo doméstico teve um benefício enorme, ele conta.
“Onde antes não tinha espaço [em hotéis] para brasileiros por causa dos turistas estrangeiros, agora tem. Em setembro , quando abriram os voos domésticos, houve um fluxo enorme para grandes cidades do nordeste e do sul. Os hotéis puderam absorver por que europeus e americanos não vinham”, revela.
Arbaitman também reconhece o progresso da infraestrutura do Brasil e aposta na retomada pós-pandemia com a vacina.
"A evolução nesses últimos 10 anos foi fantástica devido a privatizações. A melhora no aeroporto de Guarulhos foi visível, também em Curitiba , Porto Alegre, Confins…”
Para ele, a imunização total da população é a única alternativa de retomada econômica e, principalmente, do turismo nacional e internacional.
“ Sem ter carnaval no Rio de Janeiro,
70% dos hotéis estão ocupados”, disse Arbaitman. “Estamos sentindo que as pessoas estão com muita vontade de viajar”, conclui.
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