O presidente Jair Bolsonaro
afirmou nesta quarta-feira (10) que a volta do auxílio emergencial
, medida que está sendo costurada no Congresso, será "terrível" por representar "endividamento" do governo.
"A arrecadação esteve praticamente equivalente nos municípios tendo em vista o auxílio emergencial , que volta a ser discutido. E é o que eu falo: não é dinheiro que eu tenho no cofre, é endividamento. Isso é terrível também. A economia tem que pegar. Temos que voltar a trabalhar", defendeu Bolsonaro em discurso feito a prefeitos em evento no Ministério da Educação.
Única ou principal renda de milhões de brasileiros durante a pandemia, o auxílio terminou em janeiro e, com o agravamento da Covid-19 e a situação do mercado de trabalho, busca-se uma nova leva do benefício. Os empecilhos são as regras fiscais e, como faz questão de repetir Bolsonaro, o alto custo do auxílio. Ao que indicam as negociações, caso o programa efetivamente seja lançado novamente, o valor será menor do que os R$ 300 pagos nos meses finais de 2020, que já representavam apenas metade dos R$ 600 originais do auxílio .
Pressionado, o governo já aceita que pode ter de recriar o auxílio e busca minimizar o impacto fiscal disso, prolongando as discussões e, nesse meio tempo, deixando os brasileiros mais vulneráveis à própria sorte em um momento em que a Covid-19 está em alta no Brasil.
Com mais casos e óbitos em decorrência da transmissão do novo coronavírus, as medidas restritivas voltam a ser alvo do presidente Jair Bolsonaro.
"[Devemos] nos preocupar com os mais idosos , com comorbidade, mas a roda da vida tem que continuar. Sou muito criticado por isso. Me chamam de tudo. E, pelo que eu entendi, na ponta da linha tem a questão política do tratamento dessa questão. Vamos ter que conviver com esse vírus, não adianta falar que passando o tempo vai resolver. Estão vendo que não vai. Novas cepas estão aparecendo. Agora, o efeito colateral do tratamento inadequado mata mais gente do que o vírus em si", afirmou Bolsonaro no evento com prefeitos.