A classe média
brasileira deixa 70% do dinheiro na poupança
, enquanto os mais ricos mantêm apenas 0,4% por lá. Os dados são da Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), e foram divulgados nesta quinta-feira (4).
Segundo a Anbima, em dezembro havia um total de R$ 3,7 trilhões investidos em bancos e corretoras do país. O dinheiro está espalhado em poupança, renda fixa, ações, fundos de investimentos, e outros.
Um terço do total está no chamado varejo tradicional, onde estão os clientes com renda baixa e média, em geral com salário de até R$ 5 mil. Esse grupo reúne 97 milhões de contas de pessoas que têm, em média, R$ 12 mil investidos.
Em dezembro, esse grupo manteve 70% dos seus investimentos na poupança . 25% ficaram em renda fixa, e apenas 5% foram para categorias de maior risco de investimento, como ações e fundos multimercados.
Apesar da poupança ser segura e prática, ela tem um rendimento ruim. Em 2020, ela remunerou apenas 2,3%, taxa bastante abaixo da inflação . Isso significa que, na prática, quem deixou dinheiro na poupança acabou perdendo .
Por isso, especialistas indicam que, sempre que possível, é interessante fugir da poupança - mas às vezes não dá. “Para quem só tem o dinheiro que pode precisar no dia seguinte, não tem muito para onde ir além dela”, diz à CNN o planejador financeiro Jayme Carvalho, conselheiro da Planejar, associação que certifica e reúne os planejadores.
"O cliente de menor renda não tem cultura de investir, mas também não tem muito para investir, não sobra. Conseguir se organizar e se planejar é um começo. Quem já está numa situação mais confortável, aí sim, estará perdendo dinheiro ao deixar na poupança", continua.
Mais ricos fogem da poupança
Do outro lado do mercado de investimento estão os clientes do chamado private, o segmento mais VIP das instituições financeiras. Esse grupo pequeno, que soma 120 mil contas, deixa apenas 0,4% do total investido na poupança . Cada uma das contas dessa categoria tem, em média R$ 12,3 milhões aplicados.
No meio do caminho está o chamado varejo tradicional, onde estão os clientre que têm pelo menos R$ 100 mil em aplicações. Nesse grupo, 13,5% do dinheiro está na poupança, contra 14% em ações.