As expectativas são de retomada do mercado de trabalho aos poucos durante 2021. Mas, como em toda a crise, alguns setores sofreram muito e terão que passar por transformações, enquanto outros acabaram crescendo cinco anos em um e são as grandes apostas de alta para o ano.
"Estamos em um momento de flexão da economia . Tudo ficando mais constante, com vacinação, confiança jurídica e política que esperamos, as coisas vão andar e estamos muito otimistas. Mas alguns setores irão se destacar, como a área da saúde , que deve continuar demandando muitos profissionais e materiais, que deve movimentar tanto empresas que oferecem produtos da área quanto carreiras tradicionais", afirma Sergio Castellano, gerente regional sênior do PageGroup, consultoria de recursos humanos.
Outro setor de aposta é o de tecnologia , que não viveu crise. As empresas tiveram que passar por um processo de transformação digital e o cliente também mudou e passou a consumir mais coisa digital e a comprar por este meio. Além disso, cresce o número de informação disponível para as empresas e a demanda por profissionais que possam guardar e usar essas informações para o negócio.
Outra área que deve gerar bastante contratação é a de construção civil . Com os juros mais baixos da história, e uma tendência a ficar mais tempo em casa, as pessoas estão comprando imóveis ou fazendo reparos em casa. Fora isso, o governo anunciou o seu novo programa habitacional, o Casa Verde e Amarela , o que deve gerar demanda por mão de obra.
As áreas de comercial , marketing e operações tiveram grande volume de demissões e devem ter reposição de funcionários. E com a cultura de entrega que se criou, logística continuará em alta.
"O perfil de consumo da população mudou. A partir do momento em que as pessoas passaram a consumir mais em casa, o setor de delivery, entregas e e-commerce, tiveram altas demandas e isso irá continuar. E o consumidor está mais exigente", diz José Tortato, gerente de negócios do Banco Nacional de Empregos.
Currículo pronto
O ano pode ter oportunidades para entrar ou reingressar no mercado, ou para mudar de posição ou empresa. Para isso, é preciso estar preparado para as oportunidades. A primeira providência é ter um bom currículo .
"Não tem um currículo ideal que vai atacar todas as vagas. O currículo ele deve ser customizado para cada posição e selecionador", afirma Claudio Riccioppo, especialista em Gestão de Carreira e presidente da Employability.
O currículo precisa estar bem estruturado e ter no máximo 3 páginas. Não é necessário ter foto nem dar o endereço completo, apenas a cidade ou o bairro onde mora. Um campo deve conter o objetivo, com a área na qual se pretende atuar, depois uma síntese das suas qualificações, como um minicurrículo em 10 linhas. E depois a formação acadêmica e a experiência profissional, começando com cargos mais atuais. Se tiver idiomas é importante destacar no começo.
Veja as áreas que estãrão em alta e as suas principais profissões em 2021
- Saúde
Pandemia aumentou a demanda por profissionais de saúde e por materiais.
- Técnico de enfermagem - nível técnico - salário médio: R$ 1.679;
- Farmacêutico - nível superior - salário médio: R$ 2.931;
- Enfermeiro (hospitalar) - nível superior - salário: R$ 3.500 a R$ 6.500;
- Médico (hospitalar) - nível superior - salário: R$ 15 mil a R$ 35 mil;
- Gerente de assuntos regulatórios - nível superior - salário: R$ 20 mil a R$ 35 mil; e
- Gerente comercial (medical devices) - nível superior - salário: R$ 15 mil a R$ 30 mil.
- Construção civil
Com os juros em baixa, a construção civil está prevendo novas incorporações, ou reparos e reformas.
- Pedreiro - nível técnico - salário médio: R$ 1.879;
- Ajudante de pedreiro - nível técnico - salário médio: R$ 1.356;
- Mestre de obras - nível técnico - salário médio: R$ 4.584;
- Auxiliar de carga e descarga - nível técnico - salário médio: R$ 4.584; e
- Operador de empilhadeira - nível técnico - salário médio: R$ 2.608.
- Logística
Com mais gente comprando pela internet, a entrega eficiente virou obrigação das empresas.
- Entregador - nível técnico - salário médio: R$ 1.691; e
- Coordenador de Suprimentos - nível superior - salário: de R$ 9 mil a R$ 12 mil.
- Tecnologia da informação
O trabalho passará a ser mais digital e precisa de estrutura para isso. Além disso, com o crescimento do e-commerce, profissões ligadas a chamar o cliente pela internet estão em alta. E as empresas precisam usar bem os dados e protegê-los com segurança.
- Desenvolvedor de software - salário médio: R$ 3.689;
- Especialista em cloud - salário: R$ 14 mil a R$ 19 mil;
- Desenvolvedor de games - salário: R$ 8 mil a R$ 15 mil;
- Analista de business intelligence, dados e automação - salário: R$ 3.500 a R$ 8 mil;
- Especialista em segurança digital/infraestrutura - salário: a partir de R$ 10 mil;
- Desenvolvedor web (back/front) – Java, PHP, C# - salário: a partir de R$ 6 mil; e
- Analista de UX & UI - salário: a partir de R$ 4.500.
- Comercial, marketing e operações
As empresas estão reestruturando seus atendimentos para alavancar as vendas.
- Analista de customer service / atendimento / key account management - salário: R$ 3 mil a R$ 5.500;
- Vendas internas e consultores comerciais - salário: R$ 3 mil a R$ 5 mil + variáveis de resultado; e
- Analista de compras - salário: R$ 3.500 a R$ 5.500.