A Polícia do Rio de Janeiro prendeu na madrugada desta sexta-feira (8) uma quadrilha que usava microcâmeras nos caixas eletrônicas para capturar as senhas de beneficiários do auxílio emergencial
, clonar cartões e sacar o dinheiro de programas sociais disponíveis na Caixa Econômica Federal.
Os criminosos instalavam equipamentos de leitura e clonagem de cartões - o popular "chupa-cabra" - nos caixas eletrônicos de agências da Caixa do Rio, escondendo as microcâmeras. Com os dados dos verdadeiros beneficiários do auxílio emergencial e do Bolsa Família e os cartões clonados com o "chupa-cabra", a quadrilha efetuava os saques. Vale lembrar que não há nenhum tipo de controle por biometria ou chip nos cartões que dão acesso a esses benefícios do governo federal.
Foram presos em flagrante nesta sexta Francisco José de Oliveira, Alexandre Rodrigues Lima e Clóvis Lima de Oliveira, que já tinha um mandado de prisão e era considerado foragido da Justiça Federal, condenado pela 2ª Vara Federal de Niterói pelas mesmas fraudes contra a Caixa Econômica Federal. As prisões foram feitas por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), com apoio da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).
Segundo a polícia, os supostos criminosos atuavam em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro há meses, realizando furtos de forma estável e planejada, inclusive com rígida divisão de tarefas e funções.
"Esses indivíduos tinham um escritório num apartamento na Zona Oeste da cidade, com diversos formatos de frentes e bases de caixas eletrônicos nos quais eles pudessem trabalhar. O local era tão bem preparado que eles utilizavam a cozinha do apartamento para fazer a pintura das placas, onde eles colocavam as tampas (com as microcâmeras e chupa-cabras) nos caixas eletrônicos", disse ao G1 o delegado Gustavo Rodrigues, da DRF, que citou ainda que a quadrilha era muito bem organizada e estava em atuação desde novembro.
Os policiais apreenderam no local usado pelos criminosos uma grande quantidade de material que era utilizado para a prática dos crimes, como dezenas de cartões clonados com suas senhas anotadas; chupa-cabras ; e frentes de caixas eletrônicos com as microcâmeras, que eram usados para roubar os dados das vítimas nos caixas eletrônicos. Também foi apreendida a contabilidade paralela da quadrilha, que sinalizava participação de outros integrantes na quadrilha, o que leva as autoridades a continuarem investigando o caso para identificar e prender o restante dos supostos criminosos.