Em meio à crise da pandemia de Covid-19, o rombo nominal nas contas públicas — quando o pagamento de juros da dívida é incluído — atingiu R$ 939 bilhões neste ano, entre os meses de janeiro e novembro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Banco Central.
No período, o resultado primário (que não considera os encargos da dívida ) foi negativo em R$ 651, o equivalente a 9,58% do Produto Interno Bruto (PIB).
Os dados referem-se ao setor público consolidado, envolvendo governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), estados , municípios e estatais . Ficam fora da conta Petrobras, Eletrobras e bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
O resultado primário indica a capacidade do governo de pagar as contas, exceto os encargos da dívida pública . Se as receitas são maiores que as despesas, há superávit. Caso as despesas ultrapassem as receitas, há déficit. O resultado nominal considera também os juros da dívida no cálculo. Neste ano, o governo tem pago uma média de 7,3% em juros, de acordo com o BC.
Desde o início da pandemia, o governo tem gastado mais, com medidas de combate à crise na economia e na saúde. E também arrecadado menos em razão da queda da atividade e das medidas de restrição, o que também contribui para o aumento no rombo das contas públicas.
Como a despesa é maior que as receitas, o governo lança títulos da dívida no mercado, para cobrir essa conta, e paga juros sobre essa dívida. Com o rombo maior, a dívida também cresce.
A dívida bruta do governo atingiu no mês passado o equivalente a 88,1% do PIB. No ano, o aumento na relação dívida/PIB, até agora, foi de 13,8 pontos percentuais. Isso é resultado das emissões de dívida para cobrir o déficit, da incorporação de juros nominais e da alta do dólar.